ARTIGOS ORIGINAIS

Tornando-se um Peregrino: jovens católicos de Campos dos Goytacazes na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro

Becoming a Pilgrim: Catholic Youngsters from Campos dos Goytacazes in World Youth Day in Rio de Janeiro

Convertirse en un Peregrino: jóvenes católicos de Campos dos Goytacazes en La Jornada Mundial de La Juventud de Río de Janeiro

Michelle Piraciaba Araújo 1
Rede Estadual do Rio de Janeiro, Brasil
Wania Amélia Belchior Mesquita 2
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Brasil
Vanessa da Silva Palagar Ribeiro 3
Brasil

Tornando-se um Peregrino: jovens católicos de Campos dos Goytacazes na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro

Vértices (Campos dos Goitacazes), vol. 21, núm. 3, 2019

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

Este documento é protegido por Copyright © 2019 pelos Autores

Recepción: 16 Febrero 2019

Aprobación: 24 Noviembre 2019

Resumo: Este artigo tem como objetivo compreender as práticas religiosas de jovens católicos no contexto da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), ocorrida na cidade do Rio de Janeiro em 2013, a partir de uma pesquisa empírica realizada com um grupo de jovens católicos da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, da cidade de Campos dos Goytacazes – RJ. Apresentam-se, inicialmente aspectos demográficos da população jovem desse município, delimitada pelo perfil da religião de acordo com os dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a tendência de queda do catolicismo identificada nesse recenseamento. Considerando esse quadro analítico, focalizamos algumas dinâmicas religiosas sobre a preparação de jovens campistas na JMJ.

Palavras-chave: Jovens, Catolicismo, Religião, Prática Religiosa.

Abstract: This article aims to understand the religious practices of young Catholics in the context of World Youth Day (WYD), held in Rio de Janeiro city in 2013, from an empirical research conducted with a group of young catholics from the Sagrado Coração de Jesus parish from the city of Campos dos Goytacazes, RJ, Brazil. Initially, the paper presents the demographic aspects of the young population of Campos focusing on the religious profile according to the data of 2010 Census of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) and the tendency of the drop of the Catholicism identified on this census. Considering this analytical framework we focus some religious dynamics on the preparation of young from Campos in WYD.

Keywords: Youngsters, Catholicism, Religion, Religious Practice.

Resumen: Este artículo tiene como objetivo comprender las prácticas religiosas de los jóvenes católicos en el contexto de la Jornada Mundial de la Juventud (JMJ), celebrada en Río de Janeiro en 2013, a partir de una investigación empírica realizada con un grupo de jóvenes católicos de la Parroquia del Sagrado Corazón de Jesús, en Campos dos Goytacazes/RJ, Brasil. Presentamos inicialmente los aspectos demográficos de la población joven de este municipio delimitados por el perfil religioso según los datos del Censo 2010 del Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE) y la tendencia a la baja del catolicismo identificada en este censo. Considerando este marco analítico, enfocamos algunas dinámicas religiosas en la preparación de jóvenes campistas en la JMJ.

Palabras clave: Jóvenes, Catolicismo, Religión, Práctica Religiosa.

1 Introdução

Uma interpretação possível sobre o cenário religioso em Campos dos Goytacazes – RJ1 é considerar que os jovens campistas estão inseridos no contexto de modernidade e de pluralidade religiosa, e para muitos existe a possibilidade de escolher sua crença e o modo de praticá-la. Desta forma, o artigo busca com base em uma pesquisa empírica realizada com um grupo de jovens católicos da Paróquia Sagrado Coração de Jesus compreender as práticas religiosas de jovens católicos no contexto da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)2 que ocorreu em 2013, na cidade do Rio de Janeiro.

A pesquisa fundamenta-se em abordagem metodológica qualitativa, a partir do método etnográfico durante o trabalho de campo, utilizando técnicas e procedimentos que possibilitaram a elaboração de um caderno de campo com dados etnográficos, entrevistas e observações das atividades relacionadas ao grupo religioso Sagrado Coração de Jesus durante a Jornada. Embora a pesquisa aborde as observações da JMJ, eventos como o “Bote Fé”3 e a Semana Missionária também compõem o registro de coleta de dados, com observações gerais, atuando de forma relevante para compreensão do fenômeno abordado. Esses eventos tinham em comum o fato de serem uma preparação e formação para tornar-se um jovem peregrino.

O município de Campos dos Goytacazes tem sido historicamente considerado de maioria católica, porém os últimos dois Censos (2000 e 2010) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vêm apresentando um decréscimo do número de católicos e um aumento do número de evangélicos. No entanto, em números absolutos o catolicismo permanece majoritário na população (ARAÚJO, 2015).

Trata-se de um cenário religioso que acompanha o processo de transformação do campo religioso no Brasil e do advento de uma pluralidade religiosa reconhecida por diversos autores (CAMARGO, 1973; SANCHIS, 1997; 2012; TEIXEIRA, 2009; STEIL; TONIOL, 2013). Observa-se que a Igreja Católica tem se deparado com as transformações no campo religioso, ligadas aos processos de destradicionalização e desinstitucionalização (HERVIEU-LÉGER, 2008), além das modificações ocorridas na própria sociedade, como seu processo de secularização, refletindo, portanto, sobre o processo de perda quantitativa de seus fiéis.

Para os propósitos desta abordagem, é necessário destacar que as religiões históricas que antes possuíam a maioria de fiéis, hoje, segundo Hervieu-Léger (2008), estão passando por um processo de perda de adeptos que, por conseguinte, terão que fazer frente ao desafio da desinstitucionalização. Já que o indivíduo moderno não se contenta em apenas escolher sua fé, mas também a forma de participação em uma comunidade crente, hoje o catolicismo sofre com a dificuldade de manter seus dispositivos reguladores e sua influência. Perante a desinstitucionalização que as religiões históricas vêm sofrendo, parece que a instituição católica tem buscado modificar sua forma social propondo uma reação a fim de manter sua hegemonia no mundo moderno.

O atual estado das confissões religiosas, que é impactado com a crise de transmissão na descendência de fé e com fiéis que demandam mais por uma mensagem do que por uma adesão a uma instituição, tem levado o catolicismo a investir na mobilização emocional – que transforma os conflitos através das relações afetivas e emocionais –, e na racionalização cultural – na qual permite que os conflitos apareçam como expressões de uma diversidade de culturas e sensibilidades – como estratégia para responder às repercussões da desregulação institucional (HERVIEU-LÉGER, 2005).

O processo de destradicionalização do catolicismo, tido como perda da capacidade de transmissão da memória autorizada, tem levado a Igreja Católica a dispor diretrizes para fazer frente à diminuição de sua hegemonia cultural e religiosa. Nesse caso, parece que a JMJ se firma como um claro esforço da Igreja de “reconquista institucional” para “remodelar a memória católica” (HERVIEU-LÉGER, 2005), principalmente entre os jovens.

Nesse quadro interpretativo, pode-se considerar que a Igreja Católica procura envolver os jovens no trabalho de evangelização de forma a assegurar a identidade católica, fortalecer sua permanência na sociedade e ganhar visibilidade na cena pública. Entende-se, assim, que a JMJ no Brasil responde à necessidade de visibilizar sua capacidade de atrair fiéis, sejam eles católicos praticantes ou nominais.

Sobre o processo de perda quantitativa de fiéis católicos, Steil e Toniol (2013) sublinham que a Igreja Católica o interpretou como uma questão institucional, investindo em seu alargamento para inserir católicos nas paróquias e movimentos eclesiais. No entanto, o argumento defendido pelos autores é que os dados estatísticos sobre o catolicismo revelam uma crise religiosa e não institucional, ou seja, uma crise do catolicismo, e não da Igreja Católica. Eles propõem a existência de uma crise cultural da religião, pois esta nem produz uma retração institucional da Igreja, ao contrário, novas paróquias têm sido criadas nas últimas décadas; e nem provoca uma diminuição vocacional, já que o percentual do número de sacerdotes no país tem crescido4 (STEIL; TONIOL, 2013).

Com base neste elemento, o enfraquecimento e o declínio do número de praticantes católicos no Brasil apontado pelos dados dos últimos Censos5 demonstram que as razões para a crise do catolicismo ultrapassam as fronteiras religiosas, fazendo parte de processos de mudanças mais amplos. Para se compreender a razão do declínio do catolicismo em termos estatísticos e, de forma geral, de sua hegemonia no país, deve-se reconhecer o sentido e o lugar que a religião passou a ocupar na atualidade e as transformações ocorridas no plano cultural (PIERUCCI, 2004). A partir dessa compreensão, a próxima seção do artigo visa contribuir com uma contextualização dos processos estatísticos de declínio do catolicismo relacionando com o cenário católico em Campos.

2 Jovens católicos em tempos de declínio do catolicismo em Campos dos Goytacazes

Existe uma diversidade de práticas e discursos entre os católicos, aumentando a possibilidade, nos tempos atuais, de ser católico à sua maneira (MARIZ, 2006). Muito tem se falado sobre a modernização do campo religioso, da perda de transmissão do catolicismo via tradição, da autonomia do indivíduo em matéria religiosa e também do reavivamento entre os católicos. No entanto, falar do catolicismo em Campos dos Goytacazes é ir além dessa discussão. É preciso situar as características do catolicismo campista, ou melhor, a dimensão de sua diversidade.

Lançar um olhar sobre a juventude católica de Campos dos Goytacazes implica primeiramente registrar que ocorreu a diminuição dos declarantes católicos e aumento de evangélicos, mantendo o mesmo padrão verificado no cenário nacional. Retomando os dados do último Censo, os católicos campistas continuam sendo a maioria (50,1%). Entretanto, disputam espaço com outros grupos de crença, como os evangélicos (31,1%), incluindo os sem-religião, cuja parcela é bastante significativa (13,8%).

Ainda de acordo com dados do IBGE, estima-se que a população de Campos dos Goytacazes, em 2018, chegou a 503.4246 de pessoas. No Censo demográfico de 2010, a população total era de 463.731 residentes, destes 48,14% era do sexo masculino e 51,86% do sexo feminino. A diferença percentual entre homens e mulheres é pouco significativa, e o mesmo pode ser verificado para os jovens de 15 a 29 anos. O IBGE classifica na categoria “jovem” todos aqueles dentro dos grupos de idade de 15 a 19 anos. No entanto, a escolha dos jovens pesquisados não foi por critério etário, mas sim por sua condição de participante na caravana da igreja Sagrado Coração.

A população jovem de Campos dos Goytacazes é bastante expressiva quantitativamente no município, representa pouco mais de ¼ da população, perfazendo 25,65% da mesma. Os grupos etários dos jovens (15 a 29 anos), assim como o grupo etário de 10 a 14 anos, são os mais densos percentualmente. Podemos até caracterizar Campos dos Goytacazes como uma população composta de muitos jovens.

A Tabela 1 apresenta dados referentes à religião dos jovens no município. Nesse sentido, podemos dizer que os jovens de 15 a 29 anos pertencem em sua maioria aos segmentos Católico Apostólico Romano (12,03%) e Evangélico (8,05%), dentre os quais destacam-se os Evangélicos de origem pentecostal (3,73%). Outro percentual importante para se destacar é o dos Sem-religião, que aparece em terceiro lugar, com 4,34% dos jovens. Recordando que quando apresentamos os dados referente à porcentagem em relação a religião dos jovens campistas, ela se refere ao total da população do município, não estando restrita apenas ao total da população jovem.

Ainda de acordo com os dados analisados, a diferença entre homens e mulheres católicos é pouco significativa, mas o mesmo não ocorre entre os evangélicos e os sem religião. Entre os evangélicos, somando os valores entre os três grupos etários, para homens obtêm-se 3,55%, e para mulheres 4,51%. E nos sem-religião, fazendo-se o mesmo, temos os valores de 2,58% e 1,76%, respectivamente. Logo, percebe-se um segmento jovem evangélico mais feminino, em contrapartida, entre os sem religião, temos um cenário mais masculino.

Tabela 1.
População residente por grupo de idade e religião no Município de Campos dos Goytacazes (2010)
População residente por grupo de idade e religião no Município de Campos dos Goytacazes (2010)
Fonte: IBGE - Censo demográfico 1 - Os dados são da amostra.

Conforme mencionado anteriormente, o número de católicos de Campos dos Goytacazes decaiu em razão do aumento de evangélicos nas últimas décadas, acompanhando a tendência nacional. Nesse sentido, o declínio do número de católicos, tanto em nível nacional quanto estadual, pode ter balizado para a escolha do Rio como sede da Jornada. No entanto, devemos considerar aspectos relevantes no cenário nacional e católico, como os eventos internacionais sediados na cidade do Rio de Janeiro em 2014 e 20167, e a eleição do primeiro Papa latino-americano, representante da ala progressista da Igreja Católica.

Gonzales e Cardoso (2013) apresentam que essa era a situação dos quatro últimos locais que sediaram uma Jornada: declínio no número de fiéis católicos. Em 2002, ano da realização da edição do Canadá, o número de católicos era de 43,2%. Após quatro anos representavam 42,5%. Em 2005, a Jornada Mundial da Juventude foi sediada em solo alemão, onde os católicos representavam apenas 31% da população, ao passo que em 2008 somavam 30%. Outro país que recebeu a Jornada foi a Austrália, que possuía antes do evento 26% de católicos em sua população. No censo realizado em 2011 demonstrou uma pequena queda, totalizando 25,3%. Os dados da Espanha, o penúltimo país a sediar a Jornada antes do Brasil, reforçam esse quadro:

em Madri/Espanha (2009), o percentual de católicos no país era de 76% (…). Já em 2011, ano de realização da JMJ, os católicos somavam 74.3%. Os números não parecem alarmantes, porém a Espanha já teve quase que a totalidade de sua população professando o catolicismo como religião há algumas décadas e o número de católicos “praticantes” representa apenas 13,6% do total de adeptos (GONZALES; CARDOSO, 2013, p. 6).

Assim, Canadá (JMJ 2002), Alemanha (JMJ 2005), Austrália (JMJ 2008), Espanha (JMJ 2011) e Brasil (JMJ 2013), são países secularizados, com grande perda de fiéis e que se inserem na época em que o ritmo da vida é guiado pela profusão de construção de sentidos, religiosos ou não (CARRANZA, 2011).

Em termos de religião, Campos dos Goytacazes se destaca no cenário nacional por sua particularidade quanto ao catolicismo: em seu território existem duas dioceses, ou seja, dois bispos, dois tipos de liturgia, dois modos de ser católico, constituindo-se, segundo Altoé (2004), como locus da tradição e de resistência às mudanças religiosas.

Na ocasião da pesquisa foi possível identificar em Campos dos Goytacazes a existência do catolicismo progressista, liderado, na ocasião, por Dom Roberto Francisco, bispo da Diocese de Campos8; e o catolicismo tradicionalista, sob a Administração Apostólica São João Maria Vianney, possuindo o caráter de uma diocese, comandada pelo bispo Fernando Rifan. O coordenador de comunicação do Comitê Diocesano de Organização de Campos, membro da Administração Apostólica explicou sobre este quadro:

em Campos nós temos uma peculiaridade, que é o único lugar no mundo onde se tem, digamos, dois bispos, duas dioceses, a Diocese de Campos e a Administração Apostólica tem status de diocese porque a Administração Apostólica segue um rito anterior ao Concílio Vaticano II, que é o rito extraordinário romano. Então, a gente conservou essa forma de celebrar e até o bispo Dom Roberto fala que é o único lugar do mundo que tem essa concentração de católicos que seguem esse rito e estão em harmonia com a Igreja Católica porque em outros lugares, em outros grupos que celebram esse tipo de missa não estão 100% apaziguado com a igreja. Eu faço parte da Administração Apostólica, que é reconhecida pela Igreja pelo documento que o Papa João Paulo II fez no ano de 2002, no dia 18 de janeiro na catedral diocesana por intermédio de representantes do Papa.

Por que só existe essa peculiaridade em Campos e não em outro lugar do país? De acordo com Altoé (2004), a presença do clero tradicionalista em Campos mantém íntima ligação com a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade – TFP, associação civil de extrema direita, que tinha com líder Plínio Corrêa de Oliveira.

Como preparação para a Jornada, houve na cidade o “Bote Fé” e a “Semana Missionária”, eventos que ocorreram como preparação para a Jornada Mundial da Juventude, na qual as dioceses brasileiras, de forma simultânea, receberam peregrinos de outros países. Em Campos, 200 peregrinos participaram de uma programação com objetivo de conhecer a cidade em seu aspecto turístico, religioso e cultural. Em sua programação houve missa na igreja principal da Administração com o bispo Fernando Rifan, tornando-se uma ocasião, para aqueles que não fazem parte na Administração Apostólica, de conhecer e participar da “missa tradicional”, ou seja, no rito de Pio V.

Cabe destacar ainda que ambos os eventos na cidade foram promovidos pela Diocese de Campos e Administração Apostólica9, mostrando a união entre os dois bispos. Numa entrevista disponível no site G1, o bispo da Diocese de Campos, Dom Roberto Francisco, referindo-se à Semana Missionária, disse: “Campos é uma das regiões mais católicas do mundo. Aqui os peregrinos poderão conhecer como se dá essa relação de diálogo e de abertura”10.

Após o quadro conflituoso existente em Campos entre a corrente tradicionalista e a progressista, hoje os bispos buscam demonstrar, como aconteceu nas missas e das diversas programações na cidade em preparação para a Jornada, que a relação entre eles e, por conseguinte, entre as suas dioceses é de “diálogo e abertura”.

Além disso, as observações realizadas na “Semana Missionária” identificaram que na cidade não existe apenas dois tipos de missa, dois bispos, mas também dois tipos de jovens, no que se refere, por exemplo, a forma de vestir. Para os jovens da Diocese, não há obrigações quanto ao vestuário. Já na Administração Apostólica, os homens devem usar calça jeans e blusa de manga, as mulheres devem usar saia ou vestido evitando calça jeans, não só nas missas, mas também no seu cotidiano.

Nessa perspectiva, os elementos apontados nos proporcionam uma visão mais ampla sobre o catolicismo em Campos dos Goytacazes. Ainda que a Igreja Católica partilhe de certa unidade, sob um único líder, nessa cidade pode-se verificar, de forma geral, dois grupos católicos com interesses distintos, isto é, duas maneiras de ser e sentir católico.

A unidade criada entre eles desde 2002, com o reconhecimento da Administração Apostólica pelo Papa, parece ter sido fundamental no momento da realização da JMJ, principalmente no que diz respeito aos eventos anteriores realizados na cidade com intuito de divulgar e incentivar os jovens campistas a participar do evento principal. É possível perceber que essa parceria também vem ao encontro com a necessidade de caminhar na direção de esforços comum em relação a um contexto de destradicionalização do catolicismo e das novas formas de experimentação do sagrado pelos jovens.

3 A mobilização religiosa dos peregrinos de Campos dos Goytacazes para Jornada Mundial da Juventude

Após a edição de Madri, os trabalhos de preparação da Jornada no Rio de Janeiro foram iniciados com Comitê Organizador Local (COL)11 e na cidade pesquisada com o Comitê Diocesano Organizador (CDO)12. Entre o ano de 2011 e 2013 ocorreram vários eventos pelo Brasil que visavam à preparação para a Jornada, como o Festival Halleluya, que foi o primeiro evento voltado para o público em 2011 realizado pela anfitriã da Jornada - a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro; a chegada dos símbolos da Jornada ao Brasil na cidade de São Paulo, na qual foi realizado o primeiro “Bote Fé”; o “Preparai o caminho”, um evento realizado em 2012 no estádio do Maracanãzinho que marcava a contagem regressiva para a Jornada; a “Semana Missionária” nas dioceses brasileiras; além do concurso para a criação da letra da música e da logo oficial da Jornada, entre outros.

Como já citado, os eventos como o “Bote Fé” e a Semana Missionária que ocorreram em Campos já foram uma evidente preparação para a Jornada, cujas missas, palestras e encontros serviram como iniciação para os jovens nos temas a que a Jornada chamava atenção: ser missionário e buscar evangelizar outros jovens, além de indicar o que seria a Jornada, já que boa parte dos jovens não sabia da sua existência nem do que de fato seria. Somente com a anunciação do Brasil como sede de uma edição, quando houve uma ampla divulgação pela mídia e pelas paróquias, que o evento se tornou conhecido, principalmente por esses encontros que o anteciparam.

O Comitê Diocesano Organizador também realizou vigílias para os jovens, que contava com catequese, adoração e louvor, sempre com o objetivo de os preparar e motivar para a Jornada. Nesse período houve também vacinação para os voluntários da Semana Missionária e para aqueles que participariam da JMJ. Todos esses momentos preparatórios tinham como objetivo tornar o jovem em peregrino. Com isso, outra etapa importante foi a criação das caravanas. Algumas paróquias da cidade de Campos criaram suas caravanas e cada uma a seu modo participou da programação oferecida pela Jornada.

Para a pesquisa empírica foi observado um grupo de jovens campistas da paróquia Sagrado Coração de Jesus. Antes da viagem para o Rio de Janeiro houve uma reunião nessa paróquia, entre os responsáveis pelos grupos e os jovens. Na paróquia Sagrado Coração de Jesus foram organizados dois grupos para a JMJ: um grupo que participou a semana toda e outro que foi apenas para o final de semana. Os responsáveis pela organização desses grupos, que receberam também jovens de outras cidades, foram outros três jovens da Sagrado Coração de Jesus. Dois deles ficaram encarregados pelo grupo participante da semana inteira, e outro pelo grupo do final de semana. Ser responsável pelo grupo significava ser ponto de referência para os demais participantes. Se ocorresse qualquer problema durante a viagem, era a eles a quem deveriam recorrer. Cabe ressaltar que a pesquisa foi realizada com o primeiro desses grupos, durante a realização de toda a Jornada.

Além de informações a respeito dos valores dos pacotes e sobre o que levar para a viagem, foi ressaltado, principalmente, o que era ser peregrino na Jornada. De maneira geral, foi elencado que peregrino era todo o participante inscrito ou não, que realizasse algumas das programações da Jornada. Destacaram que ser peregrino na Jornada era ir ao encontro do Papa, o que, na verdade, significava caminhar e ficar horas em pé e, para isso, era necessário ter disposição e levar calçados confortáveis.

Ser peregrino significa ser um “estrangeiro, aquele que vive alhures e que não pertence à sociedade autóctone estabelecida, ou seja, é aquele que percorreu um espaço e, neste espaço, encontra o outro” (DUPRONT, 1987 apud TONIOL; STEIL, 2010, p. 98). Os jovens campistas ao saírem da cidade em direção ao Rio de Janeiro para encontrar “o outro”, no caso o Papa, já é uma clara evidência de uma peregrinação. Ser peregrino da Jornada é, por um lado, enfrentar dificuldades e adversidades por estar num lugar supostamente desconhecido e com milhares de pessoas; por outro, refere-se à possibilidade de experimentar o sagrado fora das igrejas.

Nesse sentido, durante a realização da pesquisa de campo, identificamos que a Jornada se insere na lógica das diversas formas de experimentação do sagrado no contexto urbano, caracterizadas pelas experiências subjetivas e emocionais. As principais atividades resumiam-se aos Atos Centrais, que reuniram todos os participantes na Praia de Copacabana, a saber, a missa de abertura, a acolhida do Papa, a via-sacra, a vigília, e a missa de envio. Somam-se à programação, as catequeses, realizadas próximas aos locais de hospedagem dos peregrinos divididas por idioma; a Feira Vocacional, na Quinta da Boa Vista e outras atividades de cunho artístico, cultural e religioso.

As atividades programadas visavam atender as preferências, principalmente, do público juvenil em relação à prática da fé, como foi o Festival da Juventude que contava com trilhas13, sendo uma forma de levar o peregrino a conhecer as áreas naturais da cidade do Rio de Janeiro; com os itinerários da fé, um passeio pelas igrejas históricas; com as exposições, contemplando obras de artistas de museus do Vaticano; além de cinema; atos religiosos; teatro e dança. A Jornada buscou atrair os jovens utilizando-se de atividades que fazem parte do seu universo como, danças, trilha, música, cinema que, com dinamismo, atendia os diferentes interesses e gostos fora dos locais sagrados. Ela visava envolver os jovens e fazer com que experimentassem sua religiosidade em qualquer ambiente e não apenas na igreja.

A peregrinação do grupo Sagrado Coração de Jesus começou com o encontro em frente à igreja Sagrado Coração para partida em direção ao Rio de Janeiro. A todo instante chegava jovens com suas famílias, malas e sacos de dormir pendurados nas costas e, aos poucos, se formava o grupo de peregrinos que foi acompanhado. Rostos totalmente desconhecidos que teriam que conviver por uma semana. Ali foram ditas as informações dos responsáveis pelo grupo aos demais jovens sendo realizados pedidos, orações e agradecimentos a Deus pela “Jornada”.

Para a viagem foi fretado um micro-ônibus que levaria os jovens, primeiramente a Nova Iguaçu, município da região metropolitana do Rio, onde se hospedariam e, assim que deixassem as malas, seguiriam para o sambódromo retirar o kit peregrino. No ônibus os responsáveis do grupo passaram algumas informações a respeito do que era para ser feito na segunda-feira, dia em que o Papa chegaria ao Brasil, e outros avisos sobre a hospedagem, uso de metrô, etc. Os jovens ainda aproveitaram para rezar o terço14. A viagem durou cerca de seis horas.

Nem todos do grupo do Sagrado Coração de Jesus eram iguais e nem tinham interesses em comum. O grupo era diversificado: uns menores de idade, outros por volta de 25 anos, uns frequentando a escola, outros a faculdade e outros trabalhando, uns mais engajados na Igreja, outros nem tanto. Mas todos, de alguma forma, participavam do meio religioso, ou frequentavam algum grupo de oração, grupo jovem, ou coordenavam cursos e retiros.

Os jovens do grupo Sagrado Coração de Jesus que escolheram participar de todos os dias da Jornada tiveram que se cadastrar no site do evento. Todos optaram pelo pacote A115 que incluía um cartão alimentação com saldo de 30 reais diários para as refeições necessárias, um cartão transporte com direito a oito viagens diárias, um seguro de vida, um kit peregrino contendo mochila, camiseta, squeeze, boné, pingente de cruz da Jornada, guia do evento, livro litúrgico, e hospedagem que poderia ser em escolas, igrejas ou em casas de famílias.

Sobre a hospedagem, cabe destacar que, assim que os trabalhos começaram para a realização da Jornada no Brasil, iniciou-se uma campanha para que famílias, escolas e igrejas do Rio abrigassem os peregrinos16. A escolha do alojamento de cada grupo era feita pelo COL e, com isso, o grupo pesquisado se hospedou em Nova Iguaçu: os homens na Paróquia Santo Antônio17 e as mulheres, divididas em dois grupos, foram recebidas em casas de duas famílias.

Um dos aspectos da Jornada é que os peregrinos se sentiam livres para participar das atividades de interesse individual. Embora existisse uma programação fixa, nada era colocado como obrigatório, nem os Atos Centrais que contavam com a presença do Papa. Significa dizer que todos poderiam se reunir, rezar, dançar, cantar, ler a bíblia, se assim preferissem. A ida e a participação na Jornada foram definidas pelos organizadores do grupo como uma decisão do próprio peregrino.

Sendo assim, o grupo Sagrado Coração de Jesus queria aproveitar ao máximo todas as atrações oferecidas. Porém, devido à distância de Nova Iguaçu (cidade onde ficaram hospedados) ao centro do Rio, optaram pela catequese, os Atos Centrais, uma visita à Feira Vocacional e, das atividades que compunham o Festival da Juventude, participaram apenas da exposição das obras do Vaticano no Museu Nacional de Belas Artes. Essas foram as atividades de que os jovens do grupo participaram durante a Jornada, possibilitando experiências e modo de ser católico e a expectativa de uma “experiência marcante” em suas vidas.

Dentre as atividades desenvolvidas pelo grupo, cabe destacar uma das mais esperadas pelos jovens: a peregrinação e a vigília com o Papa. Eles deveriam caminhar por volta de nove quilômetros da estação Central do Brasil, localizada no centro da cidade até a Copacabana, local da vigília. Como já dito, a peregrinação se constitui num percurso na busca de um encontro com o outro. Com isso, participar da Jornada Mundial da Juventude refere-se, por um lado, a uma evidente peregrinação em que os fiéis saem de seus países ou, no caso dos brasileiros, de seus estados e cidades, para ter uma experiência religiosa a partir do encontro com o Papa, e, por outro, como representação simbólica do próprio ato de peregrinar, é comum nas edições da Jornada que os jovens caminhem por um longo percurso visando participar da vigília com o representante da Igreja.

O grupo Sagrado Coração de Jesus insere-se na lógica de sociabilidade da peregrinação na sua forma tradicional, em que os jovens participam não como espectadores da caminhada e de uma experiência religiosa, mas se colocam como aqueles que se desapegam do cotidiano e do conforto material para viver a comunhão da prática peregrinatória que se expressa através dos corpos, dos afetos e das emoções que circulam entre os peregrinos. O “ser peregrino” na JMJ concretiza-se, portanto, a partir dessa caminhada para encontrar o Papa.

4 Considerações finais

A Jornada Mundial da Juventude apresentou-se como contexto religioso fundamental para o registro e interpretação das especificidades das práticas religiosas dos jovens católicos. Mostra-se como um evento que utiliza elementos que circundam o universo juvenil, por meio de linguagem e programações atrativas, proporcionando experiências subjetivas e emocionais. Assim, o artigo apresentou a compreensão acerca do contexto católico de Campos, a partir de dados quantitativos e históricos da sua especificidade, além de focalizar algumas dinâmicas de preparação de jovens campistas na JMJ e sua construção enquanto peregrino.

Além disso, quando o jovem decide se inscrever, se prepara e sai de Campos dos Goytacazes para passar quase uma semana na cidade do Rio de Janeiro, faz uma escolha que parte da sua própria necessidade e, portanto, é uma prática pessoal mesmo que a participação adquira forma coletiva. Tornar-se peregrino não é um ato obrigatório, é uma escolha do próprio jovem, tendo a possibilidade de experimentar o sagrado fora da igreja.

Diante das dinâmicas abordadas, foi possível compreender que a religiosidade desses jovens católicos se manifesta pela forma de expressar seu pensamento, pelo modo de vivência da juventude e, principalmente, pela prática da fé, na qual pautam suas escolhas guiadas pela concepção religiosa. Nota-se que para esses jovens a religião continua a atuar sobre suas vidas e a ser fonte de sentido, experiência e referência de identidade, constituindo-se como mais um elemento que compõe o mosaico sobre a juventude. No contexto, a religião mostra-se dinâmica, podendo fazer diferença na vida social desses jovens.

Referências

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Notas

1 O município de Campos é um dos que compõem o norte do estado do Rio de Janeiro. É o principal município da Região Norte Fluminense devido a suas características econômicas oriundas da sua bacia petrolífera. No entanto, antes na Planície Goytacá existiram outros tipos de atividades econômicas que contribuíram para os primeiros anos de sua formação, que foi, em princípio, a pecuária e, em seguida, a cana-de-açúcar, esta foi a principal atividade econômica durante o século XVIII (MESQUITA; RIBEIRO, 2012).
2 Chamada de festa da fé ou de encontro de fé, a Jornada Mundial da Juventude é um encontro do Papa com os jovens, promovido pela Igreja Católica que tem acontecido a cada dois ou três anos numa cidade escolhida pelo próprio representante da Igreja.
3 A Jornada Mundial da Juventude possui dois símbolos, a saber, uma cruz de 3,8 metros de altura e 30 kg, e um Ícone Mariano. A cada Jornada esses símbolos percorrem as cidades e dioceses do país sede. No Brasil, esses símbolos chegaram com dois anos de antecedência da Jornada para que as 275 dioceses do país pudessem recebê-los. Portanto, o Bote Fé foi um evento de acolhida desses símbolos indicando a preparação para a Jornada em cada diocese. O primeiro Bote Fé ocorreu em São Paulo, com a chegada dos símbolos ao país, sendo um ponto de partida para sua peregrinação pelo território brasileiro. Em Campos, o Bote Fé ocorreu em maio de 2013, e os símbolos ficaram cerca de uma semana percorrendo as cidades da Diocese campista.
4 Steil e Toniol (2013) trabalham com o cruzamento de dados do Censo 2010 do IBGE com os resultados de pesquisas do CERIS para destacar que a crise do catolicismo localiza-se num nível cultural. Sobre o aumento do número de paróquias e de padres, a partir da década de 90, afirmam: “observamos que o número de paróquias passou de 7.786 para 10.720. Isso é um aumento de quase 40% em 16 anos. Com relação ao número de sacerdotes, o aumento é ainda mais contínuo e expressivo. A partir da década de 1980 até 2010, o número de sacerdotes passou de 12.688 para 22.119, um aumento de mais de 60%” (STEIL; TONIOL, 2013, p. 233).
5 Os dados do Censo de 2010 registram que os católicos fazem parte de 64,4% do total da população brasileira, os evangélicos 22,2% e os sem religião com 8%. São nessas três categorias que se encontram as tendências de identificação religiosa no país. Se tradicionalmente era comum enquadrar todos os brasileiros dentro do catolicismo, hoje a situação tende a mudar de configuração, pois, como indica Fernandes (2013), a expansão do pentecostalismo e dos novos movimentos religiosos coloca a Igreja Católica num cenário heterogêneo, exigindo novas interpretações sobre as escolhas dos brasileiros diante da nova cartografia religiosa.
6 O IBGE Cidades fornece estimativas do total da população dos Municípios e das Unidades da Federação brasileiras, com data de referência em 1o de julho, para o ano calendário corrente. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/campos-dos-goytacazes/panorama.
7 Além disso, Gonzales e Cardoso (2013) apontam que devido ao contexto dos mega eventos, como a Copa do Mundo e com as Olimpíadas em 2016, o Rio de Janeiro tem se destacado na mídia internacional, o que impulsionou a repercussão da Jornada em escala global.
8 Os municípios que fazem parte da Diocese de Campos: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, Italva, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, São João da Barra, Varre-Sai, São Francisco do Itabapoana e São José de Ubá.
9 Em entrevista, o coordenador de comunicação do Comitê Diocesano de Organização de Campos, também membro da Administração Apostólica, evidencia como foi união da Diocese de Campos e da Administração para o Bote fé e a Semana Missionária: “nós formamos o Comité Diocesano Organizador que é justamente isso – pessoas da Administração e da Diocese. A prova maior sou eu. Eu sou da Administração e coordeno um setor desse comitê diocesano, que é o setor da comunicação. Tem os dois bispos que são gerais, tem os coordenadores, que é o padre Fabiano da Diocese e o padre Claudiomar da Administração Apostólica”.
11 O COL ficou responsável pela gestão financeira e administrativa, pelos contratos com patrocinadores, pela organização dos eventos que iriam acontecer na Jornada, pela inscrição, logística, acolhida e hospedagem dos participantes, pela comunicação e divulgação, dentre outros.
12 O Comitê Organizador Local é um comitê para leigos do Vaticano que foi inaugurado no Rio de Janeiro em setembro de 2011 para a organização da Jornada. Já o Comitê Diocesano Organizador foi inaugurado em Campos em agosto de 2012 pelos dois bispos da cidade de Campos.
13 De acordo com o Guia do Peregrino, a Jornada no Brasil foi a primeira que contou com trilhas em sua programação.
14 A reza do terço refere-se a uma oração de 50 ave-marias e 5 pais-nossos. Segundo Poel (1981), o terço foi um instrumento deixado por Maria, mãe de Jesus, a São Domingos de Gusmão para divulgar a oração num contexto de batalhas religiosas no início do século XIII contra os hereges.
15 Dentre os demais, o pacote A1 era o mais completo. Os pacotes referentes a semana completa: A2: que incluía alimentação, seguro, transporte e kit peregrino; A3: alojamento, seguro, transporte e kit peregrino; A4: seguro, transporte e kit peregrino. Os para o fim de semana: B1: alojamento, alimentação, seguro, transporte e kit peregrino; B2: seguro, transporte e kit peregrino. E o pacote da vigília que aconteceu no domingo: C1: alimentação, kit peregrino e seguro.
16 A campanha contou com vídeos que foram disponibilizados no site do evento e no YouTube, postagens nas páginas em redes sociais e inclusive com cartazes espalhados pelas paróquias.
17 A Igreja de Santo Antônio também hospedou peregrinos vindos de outros estados brasileiros e de outros países, como Chile, Equador e Bolívia.
NOTA DE TÍTULO: O conteúdo deste artigo é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Jovens católicos e a Jornada Mundial da Juventude: religiosidade e o catolicismo na cidade de Campos dos Goytacazes – RJ” apresentado por Michelle Piraciaba Araújo à Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), em 2015, para obtenção do título de mestre em Sociologia Política.

Notas de autor

1 Professora de Sociologia da Rede Estadual do Rio de Janeiro. Mestre em Sociologia Política pala Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) – Campos dos Goytacazes/RJ – Brasil. E-mail: michelle_piraciaba@yahoo.com.br.
2 Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFF). Professora do programa de Sociologia Política da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) – Campos dos Goytacazes/RJ – Brasil. E-mail: wamesquita@yahoo.com.br.
3 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) – Campos dos Goytacazes/RJ – Brasil. E-mail: vanessapalagar@yahoo.com.br.
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