DOSSIÊ TEMÁTICO: “PENSAR E FAZER A CIDADE: EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL”

Rede de agroturismo Altos da Serramar: uma alternativa de desenvolvimento local sustentável na bacia do rio Macaé, RJ, Brasil?

Altos da Serramar agrotourism network: an alternative for sustainable local development in the Macaé river-basin, Brazil?

Red de agroturismo Altos da Serramar: ¿una alternativa para el desarrollo local sostenible en la cuenca del río Macaé, Brasil?

Cristiane Passos de Mattos 1
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), Brasil
Lia Carneiro Caldas 2
Brasil
Alice Sá Rego de Azevedo 3
Brasil
Isabela Melone Escamilha 4
Brasil
Giuliana Mota de Mesquita 5
Brasil
Elaine Lopes Peixoto 6
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Brasil

Rede de agroturismo Altos da Serramar: uma alternativa de desenvolvimento local sustentável na bacia do rio Macaé, RJ, Brasil?

Vértices (Campos dos Goitacazes), vol. 22, núm. 3, 2020

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

Este documento é protegido por Copyright © 2020 pelos Autores.

Recepción: 21 Junio 2020

Aprobación: 14 Octubre 2020

Resumo: A noção de sustentabilidade associada ao planejamento turístico têm sido cada vez comum, principalmente em discussões sobre modelos de desenvolvimento socioeconômico que contribuam para a conservação da biodiversidade. O alto curso da bacia do rio Macaé (RJ, Brasil), área focal de políticas de proteção da natureza, tem vivenciado, desde a década de 1970, um expressivo crescimento da atividade turística. Nessa região, foi organizada, via protagonismo local, a rede de agroturismo Altos da Serramar, formada por dezenas de proprietários rurais. Inspirado nessa problemática, o artigo teve como o objetivo investigar em que medida a constituição e operacionalização dessa rede pode ser entendida como uma alternativa sustentável para o desenvolvimento socioeconômico da bacia do rio Macaé. A metodologia envolveu revisão da literatura, observação participante e visitas às propriedades durante o ano de 2019. Os resultados indicam expressivo potencial da rede para estimular o desenvolvimento sustentável na região de estudo.

Palavras-chave: Turismo, Sustentabilidade, Macaé, Altos da Serramar.

Abstract: The notion of sustainability associated with tourism planning has been increasingly common, especially in discussions about models of socioeconomic development that contribute to the conservation of biodiversity. The high course of the Macaé river basin (Brazil), the focal area of nature protection policies, has experienced, since the 1970s, an expressive growth in tourist activity. In this region, the Altos da Serramar agrotourism network, formed by dozens of rural landowners, was organized through local leadership. Inspired by this problem, the article aimed to investigate to what extent the constitution and operationalization of this network can be understood as a sustainable alternative for the socioeconomic development of the Macaé River basin. The methodology involved a literature review, participant observation and visits to properties during 2019. The results indicate a significant potential of the network to stimulate sustainable development in the study region.

Keywords: Tourism, Sustainability, Macaé, Altos da Serramar.

Resumen: La noción de sostenibilidad asociada con la planificación turística ha sido cada vez más común, especialmente en las discusiones sobre modelos de desarrollo socioeconómico que contribuyen a la conservación de la biodiversidad. El curso alto de la cuenca del río Macaé (Brasil), el área focal de las políticas de protección de la naturaleza, ha experimentado, desde la década de 1970, un crecimiento expresivo en la actividad turística. En esta región, la red de agroturismo Altos da Serramar, formada por docenas de terratenientes rurales, se organizó a través del liderazgo local. Inspirado por este problema, el artículo tuvo como objetivo investigar hasta qué punto la constitución y la operacionalización de esta red pueden entenderse como una alternativa sostenible para el desarrollo socioeconómico de la cuenca del río Macaé. La metodología incluyó una revisión de la literatura, observación participante y visitas a propiedades durante 2019. Los resultados indican un potencial expresivo de la red para estimular el desarrollo sostenible en la región de estudio.

Palabras clave: Turismo, Sustentabilidad, Macaé, Altos da Serra Mar.

1 Introdução

A noção de sustentabilidade, traduzida como uma ideia-força no contexto mais recente (IRVING, 2014), e o turismo, como uma prática social potencial para a valorização dos ambientes naturais, passaram a ser entendidos como temas estratégicos nas agendas voltadas à proteção da natureza (YOUNÈS, 2016). De fato, a internalização do debate sobre sustentabilidade pelo setor de turismo tem ocorrido de modo significativo e, nesse contexto, o Brasil assumiu uma série de compromissos, o que exigiu uma nova concepção de turismo, necessária, inclusive, frente ao crescimento nacional de investimentos no setor turístico e à emergência de um novo perfil de atuação em planejamento turístico no país, na última década (IRVING, 2018).

No caso brasileiro, a reflexão sobre o desenvolvimento do turismo em bases sustentáveis, parece ser entendida, cada vez mais, como prioritária em políticas públicas, ainda mais em um quadro de crescimento do fluxo turístico em áreas naturais protegidas brasileiras, que, em 2019, atingiu um total de 15 milhões de visitantes, com um aumento expressivo da visitação nos últimos anos, considerando apenas as unidades de conservação federais (BRASIL, 2020). Reconhecendo essa tendência, vale destacar que 2,7 bilhões de reais foram movimentados em renda associada ao ecoturismo no Brasil, em 2018 (BRASIL, 2020). Todavia, é evidente que essas receitas, em clara evolução, não traduzem, em si, a complexidade do fenômeno turístico, até porque existem múltiplas dimensões, que envolvem dinâmicas sociais, culturais, geográficas e políticas na escala local. E, nesse contexto, as populações residentes não podem ter um papel de “meras receptoras passivas de investimentos e ações de projetos turísticos”, mas devem ser cada vez mais, apreendidas como protagonistas de um processo que, via de regra, afeta diretamente suas vidas (IRVING, 2018, p. 51).

Cientes da importância do protagonismo da população que reside em locais turísticos prioritários para conservação da biodiversidade, como é o caso das localidades situadas no alto curso da bacia do rio Macaé, o objetivo deste artigo é investigar em que medida a rede de agroturismo Altos da Serramar tem se constituído como uma experiência de desenvolvimento socioeconômico com bases sustentáveis nesta região, uma vez que sua constituição ocorreu por meio de uma Organização Não Governamental (ONG) local. São objetivos específicos: analisar o histórico, a constituição e o funcionamento atual da referida rede e mapear os potenciais turísticos das propriedades participantes. Por essa via, pretende-se, também, discutir o papel do turismo no desenvolvimento socioeconômico sustentável na bacia do rio Macaé.

A rede de agroturismo Altos da Serramar envolve dezenas de proprietários rurais - constituída, em parte, por produtores rurais - integrantes da ONG Casa dos Saberes (situada no distrito de São Pedro da Serra, em Nova Friburgo, RJ, Brasil), que desenvolvem iniciativas com práticas para a agricultura e o turismo no alto curso da bacia do rio Macaé e entorno geográfico. Com base nessa breve introdução, a segunda seção deste artigo, a seguir, descreve o percurso metodológico adotado.

2 Método

Um primeiro fato a se considerar é que a investigação consistiu em um estudo de caso sobre a rede Altos da Serramar. O percurso metodológico envolveu (1) revisão de literatura sobre o tema da sustentabilidade e do turismo; (2) pesquisa exploratória sobre o turismo no alto curso do rio Macaé; (3) observação participante na dinâmica das reuniões ordinárias da rede Altos da Serramar, durante o ano de 2019, (4) realização de visitas a vinte e duas propriedades integrantes da rede, entre maio e setembro de 2019, e (5) sistematização das informações obtidas e discussão dos resultados.

A primeira etapa de pesquisa, centrada no levantamento bibliográfico, foi realizada em bases científicas nacionais, tais como a base de periódicos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior) e o catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, entre os anos de 2016 e 2018. A pesquisa exploratória sobre o turismo na região de estudo foi desenvolvida neste mesmo período, tendo como suporte as mesmas bases de dados.

A terceira etapa metodológica se apoiou em referenciais da pesquisa participante. Essa metodologia tem origem no interacionismo simbólico (HAGUETTE, 1987) e esteve orientada por diretrizes compiladas por Valladares (2007), a partir de aportes advindos da obra de White (2005). Assim, primeiramente, houve uma fase voltada à compreensão sobre as teias de poder no âmbito da rede, visando uma melhor aterrissagem na estrutura social local, e, na sequência, uma imersão no cotidiano do grupo. Vale destacar que a pesquisa se situa especialmente em uma posição de recusa da neutralidade científica como parâmetro central na produção do conhecimento. Além disto, não parte do distanciamento entre sujeito e objeto da pesquisa e pressupõe que a participação do sujeito pesquisado deve ser central no processo de construção do conhecimento (THIOLLENT, 1998).

A quarta fase metodológica envolveu visitas técnicas em vinte e duas propriedades que integram a rede. Vale destacar que o critério de seleção adotado foi baseado na disponibilidade tanto do(a) proprietário(a), quanto da equipe. Tais incursões foram realizadas com base em um roteiro de observação, previamente estruturado pela equipe de pesquisadoras, tendo sido feito registro fotográfico e construção de um caderno de campo. Por fim, os dados da pesquisa foram sistematizados em quadros analíticos para que os resultados fossem discutidos. Diante do exposto, na terceira seção, a seguir, é apresentado um breve balizamento teórico sobre as relações entre turismo e sustentabilidade.

3 Turismo e sustentabilidade

Não se pode perder de vista que inúmeras ideologias e interpretações de mundo, nas últimas décadas, têm marcado o debate no campo da sustentabilidade que envolve uma arena ética, política e de cidadania global na busca por caminhos e soluções para os problemas oriundos do sistema de desenvolvimento vigente (IRVING, 2014). E que, de uma maneira geral, a noção de sustentabilidade parece ter origem, “na constatação da insustentabilidade dos modos de produção e consumo das sociedades industriais e pós-industriais” (IRVING, 2018, p. 25).

Neste modelo atual de sociedade pós-industrial, o turismo tem representado um fenômeno social de alcance global, o que pode ser ilustrado pela escala crescente dos fluxos turísticos que, nas últimas décadas, passaram de 674 milhões de pessoas, em 2000, para 1.4 bilhão de pessoas, em 2018, tendo, neste ano, movimentado 1.7 trilhão de dólares (UNWTO, 2019)1. Por isto, vem sendo reconhecido como prioridade em políticas públicas, principalmente por representar uma via para a geração de emprego, trabalho e renda, sob a lógica do mercado convencional (LEAL, 2009). Apesar de o turismo se apresentar como pulsante setor da economia, essa prática deve ser analisada para além de uma abordagem reducionista e operacional, evitando entender o turista apenas como consumidor de produtos e serviços, em uma situação de mobilidade temporária e voluntária em relação ao seu ambiente de moradia (COOPER; HALL; TRIGO, 2011).

Sobre a atividade turística, é possível afirmar que, até a década de 1980, ela representou uma alternativa de desenvolvimento sustentável para os países considerados periféricos (PIRES, 2002) e seu desenvolvimento se refletiu em uma dinâmica de massificação, fase essa interpretada como de expressivo impacto ambiental nas destinações turísticas (DIAS, 2003). Contudo, a partir da Rio 922, a leitura do turismo como um meio possível para alcançar aprimorar ações voltadas à proteção da natureza passou a marcar o debate sobre o fenômeno (IRVING, 2018). Nesse contexto, parece ser possível afirmar ainda que, de modo preliminar, foi a partir da década de 1990 que o compromisso de se fazer conhecer a diversidade de naturezas e culturas por meio da prática social do turismo passou a ser compatibilizado com o entendimento de que não se poderia ultrapassar uma condição em que o alto fluxo de turistas levasse à destruição do patrimônio natural e cultural.

Não se pode desconsiderar, que, sendo um país de megadiversidade biológica, o tema da conservação da biodiversidade tem representado, nas últimas décadas, uma prioridade estratégica para o Brasil (IRVING, 2015). Esse compromisso pode ser observado tanto no histórico de políticas ambientais, quanto no alcance territorial de áreas protegidas no país3, que permitem ilustrar os avanços consideráveis em termos de alcance territorial e em relação à gestão das unidades de conservação.

No âmbito mundial, notadamente a partir da década de 1990, diretrizes internacionais para planejamento turístico passaram a destacar o turismo sustentável como um caminho promissor para o desenvolvimento da atividade, com destaque para a Carta do Turismo Sustentável publicada pela Organização Mundial do Turismo (OMT) em 1995; os documentos publicados pela Convenção da Diversidade Biológica (CDB): em 2002, O Turismo e a Diversidade Biológica, e em 2004, o Diretrizes para a Biodiversidade e Desenvolvimento Turístico. Em um cenário mais recente, este entendimento incide, também, sobre o Guia Prático para o Desenvolvimento de Produtos relacionados à Biodiversidade (2011) e a Carta do Turismo Sustentável +20 (2015), ambos publicados pela OMT.

Em suma, com base na discussão apresentada, pode-se perceber que esse entendimento tem inspirado, em linhas gerais, uma agenda voltada ao desenvolvimento do turismo em bases sustentáveis (IRVING; LIMA; MORAES, 2016; IRVING, 2018), o que se traduz em um horizonte fecundo para se pensar alternativas ao desenvolvimento socioeconômico atual. Cientes da relevância deste debate e seguindo com o objetivo de elucidar o caminho da pesquisa, a seguir, se descreve a região de estudo.

4 O alto curso da bacia do rio Macaé

No caso da região estudada, a bacia do rio Macaé, é fundamental destacar que sua rede hidrográfica constitui um elemento geográfico focal para as estratégias de conservação da biodiversidade. Tendo nascente localizada no município de Nova Friburgo (RJ) e foz no município de Macaé (RJ), abriga expressivo percentual de áreas cobertas por formações florestais (ANA, 2015; ARAUJO; LIMA, 2006; INEA, 2014). Não se pode perder de vista que sua bacia hidrográfica está situada na Região Hidrográfica VIII, denominada como Macaé Ostras, de acordo com a Resolução 107, de 2013 do Conselho Estadual Recursos Hidrográficos (RIO DE JANEIRO, 2013). E, que, ela constitui, também, um recurso hídrico fundamental para o abastecimento humano, para termelétricas e para parte significativa das instalações de um expressivo complexo voltado à exploração do petróleo situado em Macaé (PETROBRAS, 2018).

O rio Macaé perpassa um relevo sinuoso, com expressivo desnível altimétrico (1.350 metros em 72 quilômetros de extensão), e, por consequência, apresenta, em seu alto curso, um leito rochoso, com ambientes de cachoeiras e outros tipos de balneários integrados a uma paisagem, em geral, com natureza conservada. Seu alto curso está integralmente inserido na Área de Proteção Ambiental Estadual de Macaé de Cima (APAMC), criada via decreto estadual número 29.213, de 14 de setembro de 2001, com extensão de 350,37 km2 (INEA, 2014).

Com o objetivo de ilustrar o quadro geográfico em que se situa a rede Altos da Serramar, na Figura 1 é disponibilizado um mapa da região hidrográfica Macaé e das Ostras, em que estão delimitadas as principais unidades de conservação. Cabe ressaltar que a rede se localiza no interior e entorno imediato da APAMC, no mapa indicada como “APA Macaé de Cima”, que abrange a porção de maior altimetria da bacia do rio Macaé.

Mapa da Região Hidrográfica Macaé e das Ostras
Figura 1.
Mapa da Região Hidrográfica Macaé e das Ostras
Fonte: Comitê de Bacia dos rios Macaé e das Ostras (2020)

O turismo é apontado como uma prática relevante na dinâmica social local (CARNEIRO; PALM, 2015;NATAL, 2004; REGO, 2010). Outro aspecto peculiar desta região é o seu desenvolvimento histórico devido ao tipo de povoamento ocorrido na região. Os primeiros colonos da região chegaram a partir de 1820 devido a políticas que promoveram o povoamento da região de Nova Friburgo por imigrantes suíços e alemães, dando início às vilas de Lumiar e São Pedro da Serra, principais centros urbanos da APAMC (Figura 2).

Mapa das Localidades na APA Macaé de Cima e arredores
Figura 2.
Mapa das Localidades na APA Macaé de Cima e arredores
Fonte: Araújo e Lima (2006)

As localidades da APAMC se desenvolveram com base em uma agricultura familiar (INEA, 2014; MAYER, 2003). As vilas permaneceram em relativo isolamento até meados do século XX, quando foi aberta a primeira estrada de acesso. A partir de 1970, a região passou a receber turistas e novos moradores. Neste período, iniciou-se o processo de mudança das práticas tradicionais agrícolas com a chegada de novos insumos, oriundos do processo de modernização agrícola (CARNEIRO, 2010; INEA, 2014). Essas mudanças geraram novos valores e relações sociais, reconfigurando o território. A implementação das leis de proteção ambiental na década de 90, somada à criação da APAMC, em 2001, geraram intensos conflitos entre agricultores e órgãos de fiscalização ambiental, decorrentes de multas rigorosas aplicadas àqueles que utilizavam práticas tradicionais de manejo na região, baseadas na agricultura itinerante, com áreas de pousio e produtivas intercaladas. Em decorrência, muitos agricultores abandonaram a agricultura tradicional e se adaptaram à convencional com agroquímicos. Além disso, passaram a trabalhar como prestadores de serviços, inclusive em atividades ligadas ao turismo, configurando um sistema de pluriatividade (CARNEIRO; PALM, 2015; INEA, 2014).

Na próxima seção, se discutem os resultados da pesquisa.

5 Discussão dos resultados

5.1 A rede de agroturismo Altos da Serramar: histórico, constituição e funcionamento atual

A rede Altos da Serramar é formada por 39 propriedades rurais caracterizadas por excelente conservação ambiental. Começou a ser estruturada em 2014, motivada a partir dos resultados obtidos em um estudo sobre os circuitos mercantis dos produtos agrícolas produzidos e consumidos na região, que apontou o agroturismo como estratégia para o incremento da agricultura sustentável e da economia local, bem como de aproximação entre estes segmentos (CARNEIRO; PALM, 2015). Este estudo foi aprofundado em uma pesquisa desenvolvida por Lia Caldas, na dissertação intitulada “Roteiro de Agroturismo de São Pedro da Serra e Arredores, Nova Friburgo, RJ” que identificou agricultores familiares e produtores rurais dispostos a promover a estruturação de uma rede de agroturismo. Segundo este estudo (CALDAS, 2014), estes agricultores visavam o desenvolvimento do turismo sustentável, com o fortalecimento de iniciativas em prol da agroecologia, da conservação e preservação ambiental local e o incentivo à transição agroecológica por meio da troca de experiências, e em parceria com pesquisadores de diversas universidades, além de buscarem uma assistência técnica e de extensão rural voltada para a sustentabilidade.

Os atores inicialmente identificados demonstraram interesse em formalizar, ampliar e dar visibilidade às suas práticas, visto que já vinham desenvolvendo, alguns de modo rudimentar, atividades de cunho agroturístico em suas propriedades. A ONG Casa dos Saberes, uma associação local promotora de saberes e práticas sustentáveis, passou a promover a consolidação desta rede de agroturismo e, a partir daí, o coletivo vem se reunindo mensalmente e realizando visitas a cada mês em uma das propriedades do circuito, onde são trocadas informações, experimentações e práticas agroecológicas, assim como são debatidas e decididas questões para a consolidação, o desenvolvimento e a ampliação da rede.

No ano de 2018, a rede foi beneficiada por um projeto coletivo do Programa Rio Rural, executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (EMATER) do Rio de Janeiro, com financiamento do Banco Mundial. Com esse recurso monetário foi possível formalizar a rede, através da elaboração de diversos materiais para divulgação de suas atividades, sendo os principais: 4.000 exemplares de um guia impresso de 88 páginas, contendo capítulos sobre o histórico da colonização local, o desenvolvimento da agricultura e da agroecologia, a importância da conservação ambiental e do turismo, além dos atrativos locais; um site no qual o turista pode conhecer o projeto, as propriedades e entrar em contato com os produtores (www.altosdaserramar.com.br); além de folders, cartazes, etc. Cada propriedade recebeu placas de indicação turística (Figura 3).

Placa indicativa da rede em uma das propriedades participantes
Figura 3.
Placa indicativa da rede em uma das propriedades participantes
Fonte: Autoras (2019)

Com o lançamento da rede, em dezembro de 2018, e a continuidade das ações, mais proprietários rurais demonstraram interesse em participar do coletivo, sendo que atualmente, envolve de forma direta 41 famílias e suas propriedades, constando 38 deles nos materiais de divulgação, contemplando cerca de 350 pessoas nos núcleos familiares. E de forma indireta, auxilia uma rede hoteleira de mais de 70 pousadas e de 50 estabelecimentos comerciais, como bares e restaurantes estruturados nos distritos de Mury, Lumiar e São Pedro da Serra, ao ofertar novas opções para os circuitos turísticos.

Um outro aspecto interessante da construção da rede Altos da Serramar é o apoio das associações de moradores, comerciantes e agricultores locais, além do incentivo advindo de universidades do estado que periodicamente realizam visitas de estudantes às propriedades integrantes deste coletivo. Os atores integrantes do coletivo são produtores e agricultores que desenvolvem em suas propriedades lavouras diversas de produtos como mandioca, inhame, banana, legumes e verduras variadas, ervas medicinais, pomares, contando com a produção de chás, tinturas, cosméticos naturais e artesanais, geleias, doces e salgados. Além de outras práticas como apicultura e meliponicultura com abelhas nativas, artes e artesanato, horto de mudas, inclusive especializados em mudas da Mata Atlântica, e serviços como terapias naturais e alternativas. Na Figura 4 está ilustrada a dispersão espacial e turística da rede.

Mapa Turístico da rede Altos da Serramar
Figura 4.
Mapa Turístico da rede Altos da Serramar
Fonte: Altos da Serramar Circuitos de Agroturismo (2020)

Na atualidade, em relação à transição agroecológica, um dos critérios para admissão dos agricultores e produtores ao coletivo é que estejam desenvolvendo práticas agroecológicas ou que busquem o seu desenvolvimento, através de práticas produtivas sustentáveis nas propriedades. Assim, a rede se direciona para a multifuncionalidade da agricultura agroecológica, por meio da valorização não só da produção agrícola que abastece os mercados das grandes cidades, mas também pelos demais fatores interligados que fazem dessa atividade um benefício para toda a humanidade, como a sua contribuição para a preservação e conservação dos recursos naturais. E ainda, considerando os inúmeros aspectos e funções sociais da agricultura, como a permanência e a reprodução das famílias rurais no campo, a segurança alimentar da sociedade e das próprias famílias, a preservação da paisagem, e uma alternativa ao turismo e para as economias locais.

Vale destacar que o coletivo também visa à integração da agricultura familiar de base agroecológica aos circuitos curtos de comercialização, de forma a abastecer o mercado de consumo local, composto de moradores, veranistas e turistas. O agroturismo, nesse contexto, constitui uma forma de geração de renda complementar para as famílias de agricultores e produtores.

Reunião Mensal da rede na ONG Casa dos Saberes
Figura 5.
Reunião Mensal da rede na ONG Casa dos Saberes
Fonte: Autoras (2019)

Estes encontros mensais (Figura 5) têm sido fundamentais para o fortalecimento do grupo, já que é o momento de conhecerem as iniciativas dos demais integrantes, suas propriedades, potenciais e desafios individuais. Com isso, as atividades de cada família ganham mais visibilidade entre todos, formando-se também um elo de solidariedade entre os integrantes, o que faz com que afinem ações para a construção de roteiros turísticos e de novas experiências. A relação entre os integrantes da rede se dá de forma horizontal e democrática, haja vista que as decisões são coletivamente acordadas nas reuniões mensais via aplicativo de mensagens por celular e no grupo de Whatsapp, com uma mediação realizada pelos coordenadores da Casa dos Saberes.

Em algumas propriedades, verificou-se o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, como biossistemas para tratamento de efluentes domésticos, geração de biogás, estruturas de bioconstrução, equipamentos rústicos como rodas d’águas, casas de farinha, monjolos, engenhos, entre outras. Essas produções e serviços podem ser apreciadas e desfrutadas pelos turistas que visitam as propriedades, sendo que em algumas verificamos ainda cooperativa de mulheres artesãs; agroindústrias, institutos de permacultura com cursos diversos; ateliês de arte; e serviços de pousada e campings, bem estruturados.

A rede tem contado com ações de marketing digital, cuja conta do instagram @altosdaserramar, alcançou, até dezembro de 2019, trezentos e três seguidores, com uma média de 17 visitas diárias, 27 menções e com total de 51 postagens. De acordo com a localização, o público alcançado é 37% da cidade de Nova Friburgo, 9% de Rio de Janeiro, 5% de São Paulo, 3% de Petrópolis e 2% de Cachoeiras de Macacu. Analisando o público por países, a proporção fica: 96% de brasileiros, 2% de argentinos, 1% de estadunidenses, 1% de portugueses e suíços. Por gênero, a presença masculina entre os seguidores é maior, compreendendo 54% do público total. A faixa etária dos seguidores da página é em sua maioria de 25 a 34 anos (40%), depois 18 a 24 anos (30%), 35 a 44 anos (17%), 45 a 54 anos (8%) e acima de 55 anos (4%).

Em relação à visitação turística nas propriedades, em respostas fornecidas por 27 integrantes da rede, no segundo semestre de 2019, somente dois ainda não estavam abertos à visitação. Dentre aqueles que estão em operação turística, vale destacar que cerca de 90% dos empreendimentos só recebem turistas mediante agendamento prévio.

5.2 Potenciais turísticos das propriedades participantes

Neste subitem, são apresentados os potenciais turísticos das 22 propriedades visitadas entre abril e novembro de 2019. Não se pode perder de vista que, dentre estes 22 empreendimentos, 7 deles se situam em outras bacias hidrográficas, no entorno imediato do alto curso do rio Macaé (Viveiro da Mata Atlântica, Fazenda Monte Cristo, Instituto Pindorama, Parque Terras Altas, Sitio KoYvy, Sitio Hans, Ecomuseu Rural), estando todas as demais 15 propriedades situadas no alto curso desta bacia. Isto decorre da rede estar aumentado sua abrangência, podendo hoje ser considerada um agente replicador de práticas no turismo em toda a região. Em cada propriedade, as pesquisadoras buscaram conhecer o empreendimento em companhia do(a) proprietário(a) a fim de descrever sua oferta turística real e potencial, ou seja, o que eles oferecem atualmente e os potenciais atrativos turísticos que podem vir a ser operacionalizados no âmbito da rede. No Quadro 1, a seguir, é fornecida a síntese das informações levantadas.

Quadro 1.
Oferta turística real e potencial da rede Altos da Serramar
Oferta turística real e potencial da rede Altos da Serramar


Fonte: Autoras (2019)

Por meio da pesquisa realizada, foi possível perceber que as propriedades apresentam oferta turística que agrega meios de hospedagens voltados ao turismo ecológico, caracterizados pela balneabilidade de parte expressiva dos corpos hídricos no alto curso do rio Macaé, além de abrigarem espaços de produção agrícola orgânica, agroecológica e agroflorestal.

Outro aspecto relevante é a oferta de oficinas e cursos que abrangem tanto aspectos agroecológicos, como culturais e pedagógicos. Em todas as propriedades visitadas, foi nítido o empenho dos integrantes para operarem um turismo de baixo impacto, voltado a pequenos grupos, ou de estudantes, ou de pessoas interessadas em um contato mais íntimo com a natureza, ou, ainda um público que almeja bem-estar e saúde, visando adquirir um momento de contato com as ervas medicinais e/ou terapias alternativas. Dentre os potenciais da rede, destaca-se a vontade compartilhada em criar pequenos roteiros de visitação de um dia que integrem produtos turísticos como caminhadas, oficinas voltadas à educação ambiental ou à agroecologia, gastronomia diferenciada, espaços de cultura rural e hospedagem. Há expressivo potencial para a criação de eventos voltados ao turismo pedagógico com uma proposta alternativa ao turismo convencional, realizada por meio de uma leitura do turismo como prática que pode criar mais vínculos entre as pessoas, lugares e, também, estreitar laços afetivos com a própria terra.

Diante do exposto, considerando a sustentabilidade como um campo em disputa e movimento, tal como uma arena (IRVING, 2014), é possível afirmar que as práticas turísticas propostas pelo coletivo investigado são percebidas por eles como sustentáveis, por meio da argumentação em torno da conciliação entre desenvolvimento turístico e proteção da natureza. Como a rede não possui uma perspectiva de massificação do turismo, sua operação tende a imprimir menor pressão sobre os estoques de biodiversidade e menor impacto ambiental, conforme indica Dias (2003), o que confirma o argumento sustentado por seus integrantes.

Além disto, ainda que esteja clara a leitura de que a operação turística da rede representa uma via para geração de trabalho e renda, como toda a atividade turística, segundo mencionado anteriormente (LEAL, 2009), há uma opção coletiva para a atração de um perfil de turista preocupado com a conservação da biodiversidade, com a agroecologia e que tenha uma postura diferenciada de um mero consumidor passivo de serviços.

6 Considerações finais

Cientes do protagonismo local que culminou na implementação da rede Altos da Serramar e, como anteriormente mencionado, o objetivo do artigo foi investigar de que modo este coletivo tem se apresentado como uma experiência de desenvolvimento socioeconômico com bases sustentáveis no alto curso do rio Macaé. No contexto da análise, foi elucidado o processo de constituição da rede e sua organização atual, além de terem sido descritas a oferta turística atual e potencial de 22 propriedades integrantes.

De um modo geral, ainda que nem todos os integrantes estejam com operacionalização turística que desejam ter, percebe-se o estímulo à agroecologia e ao agroturismo como meio para aliar a agricultura à conservação ambiental e ao turismo para fortalecer a geração de renda. Neste percurso, uma hipótese de pesquisa confirmada é que este coletivo tem tido papel relevante no desenvolvimento do turismo em bases sustentáveis na bacia do rio Macaé, podendo, inclusive, constituir-se como um agente replicador de práticas turísticas de baixo impacto ecológico em toda a região de entorno.

Atualmente, a rede vem se desenvolvendo com as visitações turísticas e conta com pouquíssimos recursos provenientes da venda de alguns produtos, para o fortalecimento do coletivo. Assim, vale destacar que um dos maiores entraves para o fortalecimento da rede tem sido a falta de apoio e de recursos públicos, de assistência técnica adequada para a capacitação dos agricultores familiares. A dificuldade em receber assessoria técnica agroecológica continuada para que os seus empreendimentos rurais passem a agregar valor com a atividade da agricultura ecológica é um dos desafios. Uma das ideias para operacionalização futura é a organização, realização e participação em encontros e seminários sobre turismo de base comunitária e práticas sustentáveis para a rede e a comunidade envolvida.

Foi possível perceber, durante o percurso investigativo, a existência de oportunidades de pesquisa futura, no âmbito do coletivo, tais como a realização de levantamentos etnobotânicos nas propriedades, notadamente pela importância da salvaguarda dos saberes sobre a sociobiodiversidade; a elaboração de diagnósticos sobre roteirização turística, a fim de potencializar a integração entre as propriedades; e o desenvolvimento de tecnologias sociais, tais como aplicativos, que possibilitem a otimização de sua operação turística. Estas representam caminhos acadêmicos que poderão contribuir com o aprimoramento da rede Altos da Serramar nos próximos anos.

Agradecimentos

Agradecemos a todos os integrantes da rede em terem depositado em nós a confiança durante as incursões de pesquisa. Agradecemos ao Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), pelo fomento do projeto por meio de sua Diretoria de Extensão (DIREX), no ano de 2019.

Referências

ANA. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Produtor de Água. Comitê de Bacia do Rio Macaé. Diagnóstico Sócio-Ambiental e Projeto Técnico de Ações de Conservação do Solo e da Água da Sub Bacia do Alto Curso do Rio Macaé. Lumiar, Nova Friburgo: [S. l.], 2015.

ALTOS DA SERRAMAR CIRCUITOS DE AGROTURISMO. Sítio institucional da rede Altos da Serramar. 2020. Disponível em: https://altosdaserramar.com.br/mapas/. Acesso em: 12 out. 2020.

ARAÚJO, M. C.; LIMA, P. H. F. Diagnóstico Sócio-Ambiental de Nova Friburgo: Agenda 21 de Nova Friburgo. Nova Friburgo: Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, 2006.

BRASIL. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. UCs federais registram mais de 15 milhões de visitas em 2019 [online]. 2020. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/11139-ucs-federais-registram-15-milhoes-de-visitas-em-2019. Acesso em: 20 jun. 2020.

CALDAS, L. C. C. Roteiro de Agroturismo de São Pedro da Serra e Arredores, Nova Friburgo, RJ. 2014. Dissertação (Mestrado em Práticas em Desenvolvimento Sustentável) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2014.

CARNEIRO, M. J.; BERTOLINO, V. F. A.; BERTOLINO, L. C. Agricultores e território: práticas e saberes. Rio de Janeiro: Trasso Comunicação; CNPq; Faperj, 2010.

CARNEIRO, M. J.; PALM, J. L. Agricultura Familiar: produção, venda e consumo. Nova Friburgo: Instituto de Imagem e Cidadania, 2015.

COMITÊ DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS MACAÉ E OSTRAS. Sítio institucional do CBH Macaé Ostras. 2020. Disponível em: https://cbhmacae.eco.br/a-bacia/mapas/. Acesso em: 12 out. 2020.

COOPER, C.; HALL, C. M.; TRIGO, L. G. G. Turismo contemporâneo. São Paulo: Elsevier Brasil, 2011.

DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003.

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias Qualitativas na Sociologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1987.

INEA. INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE. APA Estadual de Macaé de Cima: plano de manejo. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: http://www.inea.rj.gov.br/wp-content/uploads/2019/01/RESOLU%C3%87%C3%83O-INEA-N%C2%BA-101-Plano-de-manejo-da-APAMC.pdf . Acesso em: 20 jun. 2020.

IRVING, M.; AZEVEDO, J.; LIMA, M. A. G. Turismo: ressignificando sustentabilidade. Rio de Janeiro: Folio digital. Letra e Imagem, 2018.

IRVING, M. Sustentabilidade e o “futuro que não queremos”: polissemias, controvérsias e tendências para a construção de sociedades sustentáveis. Revista Sinais Sociais, Rio de Janeiro, v. 9 n. 26, p. 13-38, set./dez. 2014. Disponível em: http://www.sesc.com.br/wps/wcm/connect/488930ad-0522-4b49-bb6f-43d2aae234c5/Revista_SSociais_26web.pdf?MOD=AJPERES&CACHEID=488930ad-0522-4b49-bb6f-43d2aae234c5. Acesso em: 21 jun. 2020.

IRVING, M. Turismo, áreas protegidas e inclusão social: uma triangulação necessária em planejamento, no caso brasileiro. In: IRVING, M. A. et al. (org.). Turismo, Áreas Protegidas e Inclusão Social: Diálogos entre saberes e fazeres. 1. ed. Rio de Janeiro: Folio Digital, 2015. v. 1, p. 51-80.

IRVING, M.; LIMA, M. A. G.; MORAES, E. A. Turismos, naturezas e culturas: para se pensar políticas públicas e interdisciplinaridade em pesquisa. In: IRVING, M. A. et al. (org.). Turismo, natureza e cultura: Interdisciplinaridade e políticas públicas. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2016.

LEAL, R. E. S. O turismo desenvolvido em territórios indígenas sob o ponto de vista antropológico. In: BARTHOLO, R.; SANSOLO, D. G.; BURSZTYN, I. Turismo de base comunitária. Diversidade de Olhares e experiências brasileiras. Rio de Janeiro: Letra e Imagem, 2009.

MAYER, J. M. A criação de Nova Friburgo. In: ARAÚJO, J. R.; MAYER, J. M. (coord.) Teia Serrana: formação histórica de Nova Friburgo. Rio de Janeiro: Editora ao livro técnico, 2003.

NATAL, C. B. O Mundo Rural na Vitrine: O Turismo e as Transformações Socioespaciais em São Pedro da Serra, RJ. 2004. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.

PETROBRÁS. PETRÓLEO BRASILEIRO S/A. Nossas atividades: principais operações. 2018. Disponível em: http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-operacoes/bacias/bacia-de-campos.htm. Acesso em: 28 set. 2018.

PIRES, P. S. Dimensões do Ecoturismo. São Paulo: Ed. SENAC, 2002.

REGO, V. V. B. S. Paraísos Perdidos ou preservados: os múltiplos sentidos da cidadania em áreas de proteção ambiental. 2010. Tese (Doutorado em Meio Ambiente) - Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

RIO DE JANEIRO (Estado). Resolução CERHI-RJ nº 107, de 22 de maio de 2013. Disponível em https://www.comiteguandu.org.br/legislacoes/ResolucoesCERHI/Resolucao-CERHI-107.pdf. Acesso em: 20 jun. 2020.

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Editora Cortez, 1998.

UNWTO. WORLD TOURISM ORGANIZATION. UNWTO Tourism Highlights 2019 Editions. [online]. 2019. Disponível em: https://www.unwto.org/publication/international-tourism-highlights-2019-edition. Acesso em: 21 jun. 2020.

VALLADARES, L. Os dez mandamentos da observação participante. Revista Brasileira de Ciências Sociais, p. 153-155. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-69092007000100012& script=sci_arttext&tlng=es. Acesso em: 20 jun. 2020.

WHITE, W. F. Sociedade da esquina: a estrutura social de uma área urbana pobre e degradada. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

YOUNÈS, C. Por uma nova cultura do turismo. In: IRVING, M. A. et al. (org.). Turismo, natureza e cultura: Interdisciplinaridade e políticas públicas. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2016.

Notas

1 A Organização Mundial do Turismo (UNWTO/OMT) é uma agência especializada das Nações Unidas cujo foco é o turismo.
2 A Rio 92 constituiu um dos mais expressivos eventos internacionais voltados à definição de uma agenda ambiental comum. É um marco para o campo de debates sobre políticas públicas de proteção da natureza, já que, a partir dessa Conferência das Nações Unidas, o desenvolvimento sustentável passou a ter um papel central na definição de protocolos e metas para a conservação da biodiversidade e enfrentamento de problemáticas ambientais no plano global.
3 Várias estratégias estatais configuram um aporte significativo de políticas públicas no contexto brasileiro, tais como o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Lei Federal 9.985, de 2000; o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas (PNAP), Decreto Federal 5.758, de 13 de abril de 2006; e a Política de Povos e Populações Tradicionais ( PPPT), Decreto Federal 6.040, de 07 de fevereiro de 2007.

Notas de autor

1 Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), Campus Nova Friburgo. Doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro/RJ – Brasil. E-mail: crispassinhos@gmail.com.
2 Advogada trabalhista e ambiental, educadora ambiental. Mestre em práticas para o desenvolvimento sustentável pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) – Rio de Janeiro/RJ – Brasil. E-mail: lia.carla.caldas@gmail.com.
3 Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Conservação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Macaé/RJ - Brasil. E-mail: azevedo.alice19@gmail.com.
4 Graduanda em Gestão de Turismo pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Campus Nova Friburgo/RJ – Brasil. E-mail: isabelam.escamilha@gmail.com.
5 Advogada formada pela UFRJ com pós-graduação em processo Civil. Graduanda em Gestão de Turismo pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Campus Nova Friburgo/RJ – Brasil. E-mail: giuliana.mota.m@gmail.com.
6 Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente participa do grupo de pesquisa "Estudos Integrados em Turismo e Humanidades", do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Campus Nova Friburgo/RJ – Brasil. E-mail: elaine.aic@hotmail.com.
HTML generado a partir de XML-JATS4R por