ARTIGOS ORIGINAIS
Avaliação do conhecimento da população do estado do Rio de Janeiro sobre a pandemia de Covid-19
Evaluation of the knowledge of the Rio de Janeiro state population about the Covid-19 pandemic
Evaluación del conocimiento de la población del estado de Río de Janeiro sobre la pandemia Covid-19
Avaliação do conhecimento da população do estado do Rio de Janeiro sobre a pandemia de Covid-19
Vértices (Campos dos Goitacazes), vol. 23, núm. 2, 2021
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense
Recepción: 10 Agosto 2020
Aprobación: 17 Noviembre 2020
Resumo: Em março de 2020 foi registrado o primeiro caso de Covid-19 no estado do Rio de Janeiro. A heterogeneidade de suas regiões é um notável aspecto de sua demografia, tornando o enfrentamento à pandemia desafiador. Devido ao alto impacto da pandemia na sociedade, é crucial que se entenda a percepção da população sobre as medidas sanitárias propostas e que falhas no processo informativo sejam identificadas. Uma população bem instruída a respeito de uma doença torna-se menos vulnerável. Este estudo investiga o grau de esclarecimento relacionado à Covid-19 na população do Rio de Janeiro. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário on-line, aplicado a 857 residentes do estado. Pelos resultados, nota-se que a maioria dos participantes classifica a situação da pandemia no estado como grave e sinaliza a necessidade de ampliação de ações de controle e fiscalização. A população entende que pesquisas científicas são importantes para orientar ações sanitárias. Investir em comunicação direta e com linguagem acessível aumenta a conscientização, cria comportamentos favoráveis e permite que o enfrentamento à pandemia ocorra de maneira efetiva. Infere-se, assim, que é crucial prosseguir com o planejamento de disseminação de informações.
Palavras-chave: Covid-19, Coronavírus, Pandemia, Rio de Janeiro, Conhecimento.
Abstract: In March 2020, the first case of Covid-19 was registered in the state of Rio de Janeiro. The heterogeneity of its regions is a notable aspect of its demographics, which makes tackling the pandemic challenging. Due to the high impact of the pandemic on society, it is crucial to understand the population's perception of the proposed sanitary measures and identify flaws in the information process. A well-educated population about a disease becomes less vulnerable. This study investigates the degree of clarification related to Covid-19 in the population of Rio de Janeiro. For data collection, an on-line form was used, applied to 857 residents of the state. Among the results, it is noted that most participants classify the situation of the pandemic in the state as serious, and signal the need for expansion of control and inspection actions. The population understands that scientific research is important to guide health actions. Investing in direct communication and with accessible language increases awareness, creates favorable behaviors and allows the pandemic to be tackled effectively. It is inferred, therefore, that it is crucial to proceed with information dissemination planning.
Keywords: Covid-19, Coronavirus, Pandemic, Rio de Janeiro, Knowledge.
Resumen: En marzo de 2020 se registró el primer caso de Covid-19 en el estado de Río de Janeiro. La heterogeneidad de sus regiones es un aspecto notable de su demografía, lo que dificulta hacer frente a la pandemia. Debido al alto impacto de la pandemia en la sociedad, es fundamental comprender la percepción de la población sobre las medidas sanitarias propuestas y que se identifiquen las fallas en el proceso de información. Una población bien informada sobre una enfermedad se vuelve menos vulnerable. Este estudio investiga el grado de esclarecimiento relacionado con Covid-19 en la población de Río de Janeiro. Para la recolección de datos se utilizó un cuestionario en línea, aplicado a 857 residentes del estado. Entre los resultados, se observa que la mayoría de los participantes clasifican la situación de la pandemia en el estado como grave, y señalan la necesidad de ampliar las acciones de control e inspección. La población comprende que la investigación científica es importante para orientar las acciones de salud. Invertir en la comunicación directa y con un lenguaje accesible aumenta la conciencia, crea comportamientos favorables y permite abordar la pandemia de manera eficaz. Se infiere, por tanto, que es fundamental proceder con la planificación de la difusión de información.
Palabras clave: Covid-19, Coronavirus, Pandemia, Rio de Janeiro, Conocimiento.
1 Introdução
Os coronavírus (CoV), pertencentes à família Coronaviridae, são vírus envelopados de RNA positivo que possuem um genoma incomumente grande, variando de 24 kb a 32 kb (LU et al., 2020; WU et al., 2020). Tais vírus foram identificados em humanos pela primeira vez em 1937 e descritos como CoV em 1965, quando análises de microscopia revelaram uma aparência semelhante a uma coroa (FEHR; PERLMAN, 2015). Os CoV são agentes etiológicos conhecidos em mamíferos e aves, causando doenças respiratórias, entéricas, hepáticas e neurológicas (DE WILDE et al., 2018). Por apresentarem material genético na forma de RNA, os CoV possuem uma tendência maior de sofrerem mutações (SEVAJOL et al., 2014) e de se disseminarem com facilidade, frequentemente causando picos epidêmicos (MURRAY; ROSENTHAL; PFALLER, 2008). Dois CoV, chamados SARS-CoV (agente etiológico da Síndrome Respiratória Aguda Grave - SARS) e MERS-CoV (agente etiológico da Síndrome Respiratória do Oriente Médio - MERS), despertaram a atenção das organizações sanitárias mundiais e foram a causa de epidemias em 2002 e 2012, respectivamente (JIANG et al., 2020), já indicando que os CoV zoonóticos poderiam saltar a barreira das espécies, constituindo grave ameaça (ANDERSEN et al., 2020).
A atual pandemia (BRANSWELL; JOSEPH, 2020) de Covid-19 (do inglês, Corona VIrus Disease 2019), causada por um novo CoV chamado SARS-CoV-2 (Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2), teve sua origem em Wuhan, na China, em dezembro de 2019 (WU et al., 2020). A Covid-19 resulta em um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves (JIANG et al., 2020) e, até 21 de julho de 2020, já havia infectado mais de 14 milhões de pessoas e resultado na morte de mais de 607 mil pacientes no mundo (WHO, 2020).
O primeiro país a ter caso de Covid-19 na América Latina foi o Brasil, que notificou a primeira ocorrência em 26 de fevereiro de 2020 (RODRIGUEZ-MORALES, 2020), na cidade de São Paulo. O vírus espalhou-se rapidamente por todo o território brasileiro e, no dia 5 de março de 2020, foi registrado o primeiro caso no estado do Rio de Janeiro (RJ) (GANDRA, 2020).
O estado do RJ é subdividido em 92 municípios e abriga uma população de 6.718.903 habitantes distribuídos em uma área territorial de 1.200,329 km² (IBGE, 2019). O aspecto mais notável detectado em um estudo demográfico do estado do RJ – intitulado Município em Dados (ACSELRAD, 2010) – a partir das informações do censo demográfico (IBGE, 2011), consiste na heterogeneidade interna de suas regiões, presente tanto nos aspectos econômico e educacional quanto na área social (incluída aqui, a área de saúde). Desse modo, o enfrentamento à pandemia no estado do RJ torna-se bastante desafiador, devendo ser conduzido levando em conta todo esse contraste observado entre e dentro de cada município.
A rápida disseminação e a gravidade da pandemia desencadearam medidas de grande intensidade pelos órgãos governamentais, como o fechamento de unidades educacionais, restrição de circulação com imposição de barreiras sanitárias, entre outras medidas que buscavam aumentar o distanciamento social (PREM et al., 2020). O intuito dessas ações é reduzir a velocidade de infecção de novos indivíduos e aliviar a sobrecarga no sistema de saúde. Não obstante, tais medidas promoveram uma mudança brusca na vida de muitas pessoas (PIRES, 2020). Para além das questões sanitárias, as consequências da epidemia na dinâmica econômica, social, política e cultural da população mundial pôs à prova a governança dos países e agências internacionais, evidenciando os limites da globalização (BEZERRA et al., 2020).
O alto potencial de propagação do SARS-CoV-2 em espaços fechados e o apelo pelo distanciamento social aumentaram o papel e a força dos meios digitais como fonte de informação sobre a pandemia. Neste momento, medidas que promovam a educação em saúde são fundamentais e atuam como importantes aliadas às ações governamentais, levando informação qualificada e em tempo oportuno de como proceder em nível individual e coletivo (SARTI et al., 2020; CECCON; SCHNEIDER, 2020).
O conhecimento científico tem grande importância para organizar atividades de saúde (CECCON; SCHNEIDER, 2020). Barreto (2004, p. 329) afirma que: “A ideia de política baseada em evidência foi apropriada pelo Estado moderno, e na saúde vem recebendo especial atenção. Avalia-se que, assim procedendo, se ampliam as chances de se tomar decisões mais efetivas, trazendo maiores benefícios à saúde da população, com menos custos econômicos ou sociais.”
Entretanto, com o avanço das mídias sociais, o fluxo de informações falsas tem aumentado em todo o mundo (MENEZES; RODEMBUSCH, 2019) e, com relação à pandemia de Covid-19, esse quadro não é diferente. Pode-se observar uma grande quantidade de todo tipo de informação sem veracidade sendo diariamente divulgada, resultando na criação de uma página destinada ao combate de notícias falsas pelo Ministério da Saúde do Brasil (https://www.saude.gov.br/fakenews).
Conhecer o grau de conhecimento da população sobre um determinado assunto é fundamental para guiar ações governamentais e estabelecer estratégias de divulgação de informação. Uma população bem instruída a respeito de uma doença torna-se menos vulnerável às suas consequências (ANDRADE, 2008). Várias pesquisas vêm sendo conduzidas neste sentido, tais como: o estudo realizado por Cirino et al. (2010), que investigou o conhecimento da população na prevenção do câncer de colo uterino e HPV em adolescentes; o estudo realizado por De Carvalho et al. (2004) envolvendo o conhecimento da população sobre transmissão e medidas de prevenção para dengue e febre amarela; o estudo realizado por Garbin et al. (2010) sobre a percepção de adolescentes em relação a doenças sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos; os estudos de Lima et al. (2020) e do DATAFOLHA (2020) com foco na Covid-19; entre outros.
A natureza altamente contagiosa do vírus e seu grande impacto na sociedade tornam crucial que os pesquisadores detectem a percepção da população sobre as medidas sanitárias propostas e identifiquem falhas no processo de divulgação de informação. Assim, o presente estudo tem como objetivo investigar o grau de esclarecimento relacionado à pandemia de Covid-19 na população do estado do RJ e contribuir para apontar ações que poderão ser direcionadas para aumentar a eficiência na contenção da pandemia.
2 Materiais e Métodos
Os dados foram coletados, de forma anônima, entre os dias 28/04/2020 a 07/05/2020, através de questionário on-line divulgado em aplicativos de mensagens (Whatsapp) e redes sociais (Facebook e Instagram). Os participantes foram esclarecidos a respeito da pesquisa e tiveram o direito de não participar. Os dados coletados foram filtrados manualmente para remover duplicatas, respostas abortadas e participantes residentes em regiões fora do escopo da pesquisa. Após a filtragem, 857 respostas de pessoas residentes no estado do Rio de Janeiro e com mais de 18 anos foram avaliadas. A distribuição das respostas entre os municípios encontra-se no Apêndice A. Elementos estruturados foram utilizados no questionário, no qual apenas uma alternativa era possível como resposta. Uma avaliação descritiva dos dados coletados foi realizada.
A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética de Pesquisa (CAAE: 31009520.5.0000.5699).
3 Desenvolvimento
Como consequência do método utilizado para a divulgação da pesquisa – as redes sociais e aplicativos de mensagens –, observa-se a predominância de jovens e adultos entre os participantes, com uma menor representatividade de respostas provindas de pessoas idosas1 (Figura 1).
Observa-se, na Tabela 1, uma maior participação de mulheres na pesquisa. Verifica-se, ainda, que 55,42% das respostas obtidas são de pessoas que possuem Ensino Superior Completo. A amostragem do presente estudo não reflete a formação da população do estado do RJ, da qual, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, apenas 10,9% apresentava Ensino Superior Completo (IBGE, 2010).
Gênero | Geral | Ensino Fundamental Incompleto | Ensino Fundamental Completo | Ensino Médio Completo | Ensino Superior Completo |
Feminino | 66,20% | 1,28% | 3,03% | 24,03% | 37,80% |
Masculino | 33,80% | 0,23% | 2,21% | 13,53% | 17,61% |
Total | 1,63% | 5,25% | 37,57% | 55,42% |
Nota-se, na Figura 2, que 11,41% dos participantes da pesquisa encontram-se Desempregados ou em um Emprego Informal. Um agravamento desse quadro em decorrência de problemas econômicos causados pela pandemia já está sendo observado no país. Em 17 de Julho de 2020, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no Brasil era de 13,1%, a maior registrada desde o começo de maio, quando totalizava 10,5% (MATTURO, 2020). Tal situação prejudica ainda mais o combate à pandemia e a adoção de medidas preventivas adequadas, uma vez que a busca por trabalho e por complementação de renda aumentam a exposição da população ao vírus.
Por conta das vias de transmissão do vírus causador da Covid-19, é imprescindível adotar medidas de distanciamento social. Assim, é possível reduzir a velocidade de propagação da pandemia, garantindo a estabilidade do sistema de saúde pública do país. Em situações nas quais há um indivíduo com suspeita ou diagnosticado com a doença, o isolamento deve ser feito também dentro do domicílio. Essa não é uma tarefa fácil para pessoas que vivem em residências com adensamento domiciliar excessivo2, uma vez que as orientações3 de isolamento para o combate à Covid-19 indicam que o doente deva permanecer em quarto/cômodo individual, isolado por 14 dias. Desse modo, o problema de moradia torna-se extremamente crítico para o combate ao vírus. Verifica-se, na presente pesquisa, que aproximadamente 10,0% dos participantes vivem em residências com adensamento domiciliar de uma pessoa ou mais por cômodo (Tabela 2). Para esse grupo de pessoas, o isolamento domiciliar deverá ser conduzido com uma rígida rotina de higienização de ambientes, em conjunto com medidas auxiliares, tais como o uso constante de máscaras, ampla ventilação e seleção de um único membro da família como cuidador.
Com relação ao convívio com pessoas na faixa etária de maior risco de complicações para a Covid-19, 23,4% dos participantes afirmam compartilhar a sua moradia com um ou mais idosos (Figura 3), destacando a importância de se identificar, acompanhar e instruir os moradores de tais residências.
O vírus causador da atual pandemia é chamado de SARS-CoV-2. Dentre os resultados apresentados na Figura 4, observa-se que 52,81% dos participantes não foram capazes de identificar o nome do vírus de maneira correta e 48,83% confunde-o com o nome da doença. Quando questionados sobre o nome da doença causada pelo novo CoV (Figura 5), 75% dos participantes foram capazes de identificá-la de maneira correta: Covid-19.
Identifica-se que 64% dos entrevistados apontaram que o vírus surgiu a partir de mutações existentes em vírus que infectavam outros animais. Ademais, 36% marcaram outras opções (Figura 6). É importante destacar que estudos genômicos comparativos indicam, de fato, a origem zoonótica do novo CoV e descartam o surgimento a partir de manipulação laboratorial (ANDERSEN et al., 2020).
O trecho do livro Contágio: Infecções de origem animal e a evolução das pandemias (QUAMMEN, 2013) ilustra esse rompimento das fronteiras entre espécies já observado em muitos vírus:
Invadimos florestas tropicais e outras paisagens selvagens, que abrigam tantas espécies de animais e plantas – e dentro dessas criaturas, tantos vírus desconhecidos. Cortamos as árvores; matamos os animais ou os engaiolamos e os enviamos aos mercados. Destruímos os ecossistemas e liberamos os vírus de seus hospedeiros naturais. Quando isso acontece, eles precisam de um novo hospedeiro. Muitas vezes, somos nós. (QUAMMEN, 2020, Prefácio).
Acerca das formas de transmissão indicadas pelos participantes em uma pergunta aberta, pode-se destacar que uma parcela significativa dos entrevistados indicaram formas corretas de contaminação: a inalação ou contato com gotículas de saliva (28,6%); o contato direto com pessoas contaminadas, através de abraços, beijos e apertos de mãos (24,6%); o contato com superfícies e/ou objetos contaminados (18,6%); a falta de higiene (17,1%); a transmissão pelo ar (6,5%); a aglomeração em ambientes com pessoas contaminadas (3,03%). É interessante destacar que uma parcela pequena indicou outros meios de transmissão, tais como o que ocorre através de relações sexuais (ainda não completamente esclarecido) e via contato com as fezes de alguém contaminado. Até o momento, não há comprovação científica sobre a transmissão do SARS-CoV-2 através de relação sexual. Sabe-se que outros CoV não são transmissíveis por vias sexuais. Porém, o contato íntimo durante a relação sexual aumenta a probabilidade de transmissão do vírus, já que o vírus é transmitido pela saliva. É relevante destacar, ainda, que o novo CoV já foi identificado em fezes humanas. Desse modo, o uso de preservativos durante sexo anal e/ou oral deve ser adotado para reduzir o risco de contaminação (FIOCRUZ, 2020).
Nota-se, na Figura 7, que febre, tosse e falta de ar representam os sintomas mais conhecidos pelos participantes, seguidos de dor de garganta e dificuldade de respirar. Os dados demonstram que uma boa parcela da população avaliada conhece os sintomas iniciais mais comuns da Covid-19.
Observa-se, na Figura 8, que 92,3% dos participantes têm conhecimento acerca da orientação das organizações de saúde – Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde do Brasil –, caso apresente os sintomas iniciais da Covid-19, o que é extremamente importante para se evitar superlotação de ambientes que já apresentam por natureza um maior potencial de contaminação de seus frequentadores, além da circulação de pessoas com comorbidades diversas.
Quando questionados sobre o efeito do vírus em diferentes grupos populacionais, 99% dos entrevistados souberam reconhecer que idosos, diabéticos e pessoas com problemas crônicos apresentam mais chances de morrer em decorrência da Covid-19 (Figura 9). Entretanto, mais de 20% dos entrevistados sinalizaram ao menos uma informação errônea relacionada ao efeito da doença sobre jovens e crianças, uma vez que, embora, nesses dois grupos, a taxa de mortalidade seja menor do que nos idosos, a possibilidade de morte existe já havendo sido relatados diversos casos.
Os resultados da pesquisa demonstram que 98,5% dos participantes identificaram que não há, até o momento da pesquisa, uma vacina para se prevenir da Covid-19 disponível para o uso da população. Apesar de ainda não existir uma vacina aprovada para uso em massa para prevenção do novo CoV, instituições ao redor do mundo já iniciaram pesquisas para o seu desenvolvimento (LE et al., 2020). Não é possível, entretanto, afirmar uma data para a liberação de vacinas confiáveis para toda a população.
Constata-se que uma parcela considerável da população do RJ detém conhecimento acerca das medidas preventivas estabelecidas pelas organizações de saúde como, por exemplo (Figura 10): lavar as mãos regularmente com água e sabão – o sabão é capaz de atuar destruindo o envelope viral; evitar aglomerações a fim de reduzir a velocidade de propagação; utilizar máscaras para reduzir a dispersão do vírus; utilizar álcool 70% para higienizar mãos e objetos. Nota-se, ainda, que estratégias relacionadas ao aumento da imunidade (mas que não reduzem a chance de contágio) como o uso de própolis e de vitaminas C e D, além de certa preocupação com a hidratação vêm sendo adotadas por parte da população. Apesar disso, artifícios não eficazes para o combate à pandemia vêm sendo adotados por uma parcela da população em razão da disseminação de informações falsas, tais como: beber água frequentemente para que o vírus seja engolido e destruído no estômago; fazer gargarejo com sal e vinagre; beber chá quente. Por conseguinte, é importante salientar a importância da verificação da veracidade de informações recebidas.
Observou-se que 84,4% dos participantes não acreditam que a população esteja respeitando as orientações das autoridades com relação às medidas de distanciamento social propostas. Esse quadro reflete a desconfiança de uma grande parcela dos entrevistados com relação acerca da capacidade de entendimento e cumprimento de medidas coletivas por parte da população do RJ, havendo 80,9% dos participantes, por conseguinte, classificado a situação atual da pandemia no Brasil como Grave ou Muito grave, o que reforça esta visão pouco otimista (Figura 11).
Observou-se que 96% dos participantes coloca-se a favor do fechamento das unidades educacionais (escolas, creches e universidades) durante a pandemia. Os dados apontam para um entendimento da população com relação ao alto risco de transmissão do SARS-CoV-2 em ambientes educacionais.
Os participantes foram questionados sobre a importância da Ciência no momento atual, e 96,7% dos entrevistados afirmaram acreditar que um maior investimento na área poderia contribuir para um combate mais eficiente da pandemia. De fato, boa parte das esperanças para o controle da Covid-19 vem sendo depositada em pesquisas científicas para o desenvolvimento de drogas eficientes contra o vírus e de vacinas, havendo a população demonstrado entender a importância desse segmento.
De modo símile ao cumprimento de medidas de distanciamento social para evitar o contágio da população pelo novo CoV, estar informado quanto aos fatos da pandemia e evitar o alarmismo e a rápida propagação de conteúdos sem a devida verificação é de extrema importância. Dentre os entrevistados, 86,69% afirmam estar Muito Informado ou Informado sobre a pandemia (Figura 12). A porcentagem que afirma estar Pouco ou Nada informado é bastante pequena. Ademais, em uma escala de 1 a 10 sobre a verificação das informações recebidas quanto à pandemia, 88,5% dos entrevistados deram nota igual ou maior que 7, demonstrando um bom grau de preocupação (Figura 13).
Embora a verificação de informações seja fundamental, os meios utilizados para tal são tão importantes quanto ela. Quando perguntados sobre os meios utilizados para verificar a veracidade das informações que chegam a eles, apenas 1,6% afirmam não verificar veracidade das informações que recebem. Além disso, 17,5% declaram consultar em mídias sociais como Instagram e Facebook, lugares onde a disseminação de informações não verídicas pode ocorrer mais facilmente. Porém, é interessante destacar que 80,1% dos entrevistados dizem verificar as informações em jornais, um meio de divulgação que, em geral, apresenta por rotina a verificação das informações divulgadas (Figura 14).
Quando questionados sobre o retorno da vida à completa normalidade, 16,3% não souberam responder. É tácito que essa não é uma tarefa trivial e até mesmo pesquisadores da área têm tido dificuldades para apresentar uma data final para a pandemia, uma vez que existe a dependência do avanço de pesquisas científicas, de decisões políticas, de um maior conhecimento do vírus, etc. 28% dos entrevistados acredita que apenas em 2021 a vida voltará à completa normalidade (Figura 15).
Os participantes foram convidados a deixar sugestões e/ou a apontar ações que deveriam ser intensificadas na sua região para aumentar o combate à pandemia. As respostas foram agrupadas por categorias e estão descritas na Figura 16. Observa-se que ações de controle e fiscalização foram as mais sugeridas.
Com relação à importância da presente pesquisa, 95,3% deram nota igual ou maior que sete, em uma escala de 1 a 10 (Figura 17). Entende-se, desse modo, que uma grande parcela dos entrevistados reconhece a importância e a necessidade de se verificar o conhecimento da população em relação à pandemia de Covid-19.
4 Considerações finais
Depreende-se que o isolamento domiciliar, apesar de extremamente importante para o combate à Covid-19, torna-se um desafio para uma parcela da população do estado do RJ residente em moradias com grande adensamento de pessoas. Ademais, o comum compartilhamento de moradia entre jovens e idosos destaca a importância da identificação dos locais de maior propagação da doença por meio do aumento da testagem e outras estratégias sanitárias. Torna-se, deste modo, ainda mais imprescindível instruir a população residente em áreas mais carentes em relação às medidas adequadas para evitar a transmissão do novo CoV. Enfrentar o problema de moradia e de saneamento é urgente e garantirá uma maior efetividade no combate não apenas da Covid-19, mas também no enfrentamento de outras doenças.
Observou-se que os participantes reconhecem os sintomas iniciais e as principais formas de transmissão do vírus causador da Covid-19, além de entenderem o procedimento de busca de atendimento médico. Portanto, nota-se o efeito das campanhas informativas e que o conhecimento acerca das medidas preventivas estabelecidas para combater a pandemia encontra-se difundido por boa parte da população do RJ. O conhecimento mais específico de termos associados à pandemia (por exemplo, nome do vírus e da doença, origem do vírus) ainda não é de conhecimento de parte da população, entretanto este não constitui um problema grave com relação às ações de controle e combate à pandemia. Observou-se que grande parte dos participantes concordam com o fechamento de creches, escolas e universidades, apontando para um entendimento da população com relação ao alto risco de transmissão do SARS-CoV-2 nesses locais.
Nota-se, ainda, que estratégias não eficazes para o combate à pandemia vêm sendo adotadas por uma parcela da população, dada a disseminação de informações falsas. Dessa maneira, destaca-se a necessidade de verificação das informações recebidas.
Um ponto importante observado é a percepção – por uma pequena parcela dos participantes, mas ainda preocupante – de que certos grupos populacionais, jovens e crianças não são afetados pela Covid-19. Alertar para esse quadro é valoroso neste momento.
Observa-se uma desacreditação no cumprimento, por parte da população, das medidas estabelecidas pelas entidades sanitárias com relação ao distanciamento social, apontando para a necessidade de promover ações que busquem o desenvolvimento da importância do pensamento coletivo neste momento. Somado a essa percepção, a maioria dos participantes classificam a situação da pandemia no estado do RJ como grave e sinalizam a necessidade de ampliação de ações de controle e fiscalização.
A população entende que pesquisas científicas são importantes ferramentas para orientar ações sanitárias. Deste modo, investir em comunicação clara, direta e com linguagem acessível aumenta a conscientização, cria comportamentos favoráveis e permite que o enfrentamento à pandemia ocorra de maneira mais efetiva. Infere-se, portanto, que é de suma importância prosseguir com o planejamento de disseminação de informações.
É importante ressaltar que a metodologia usada para coleta de dados não garantiu uma amostragem setorizada e perfeitamente randomizada da população do estado do Rio de Janeiro. Os dados coletados podem ter se concentrado nas redes de contato mais próximas às origens de emissão da pesquisa, além de não ter alcançado a parcela da população que não possui acesso à tecnologia e às redes sociais. Desse modo, os resultados podem apresentar distorções. Pesquisas com um maior número de participantes e com uma setorização mais ampla são necessárias para aumentar o entendimento sobre os temas aqui abordados e alcançar uma melhor representatividade do estado do Rio de Janeiro.
Agradecimentos
Os autores agradecem à FAPERJ pelo financiamento através do Programa Jovens Talentos.
Referências
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Apêndice A. Distribuição das respostas por municípios do estado do Rio de Janeiro
Município | Nº de Participantes | Município | Nº de Participantes |
Angra dos Reis | 3 | Mesquita | 2 |
Araruama | 2 | Nilópolis | 4 |
Areal | 1 | Niterói | 10 |
Arraial do Cabo | 2 | Nova Friburgo | 3 |
Barra do Piraí | 2 | Nova Iguaçu | 6 |
Barra Mansa | 1 | Petrópolis | 92 |
Belford Roxo | 1 | Paracambi | 5 |
Bom Jesus do Itabapoana | 3 | Pinheiral | 2 |
Búzios | 3 | Piraí | 3 |
Cabo Frio | 18 | Queimados | 1 |
Campos dos Goytacazes | 40 | Resende | 5 |
Carapebus | 1 | Rio das Ostras | 112 |
Cardoso Moreira | 5 | Rio de Janeiro | 112 |
Casimiro de Abreu | 19 | Santa Maria Madalena | 7 |
Conceição de Macabu | 6 | Santo Antônio de Pádua | 2 |
Duque de Caxias | 6 | São Fidélis | 1 |
Iguaba Grande | 3 | São Francisco de Itabapoana | 1 |
Itaboraí | 1 | São Gonçalo | 11 |
Itaguaí | 1 | São João de Meriti | 2 |
Itaperuna | 1 | São Pedro da Aldeia | 3 |
Itatiaia | 1 | Saquarema | 4 |
Macaé | 446 | Teresópolis | 5 |
Maricá | 4 | Três Rios | 2 |
Volta Redonda | 13 | Seropédica | 1 |
Japeri | 1 | Total de participantes | 857 |
Notas
Notas de autor
Información adicional
COMO CITAR (ABNT): ROCHA, G. K. et al. Avaliação do conhecimento da população do estado do Rio de Janeiro sobre a pandemia de Covid-19. Vértices (Campos dos Goitacazes), v. 23, n. 2, p. 538-559, 2021. DOI: https://doi.org/10.19180/1809-2667.v23n22021p538-559. Disponível em: http://www.essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/vertices/article/view/15642.
COMO CITAR (APA): Rocha, G. K., Amaral, C. L., Barros, V. C., Conceição, G. P., Silva, V. M. B. & Sugai, A. Y. (2021). Avaliação do conhecimento da população do estado do Rio de Janeiro sobre a pandemia de Covid-19. Vértices (Campos dos Goitacazes), 23(2), 538-559. https://doi.org/10.19180/1809-2667.v23n22021p538-559