Cineclube Histórias & Memórias: crônica de um projeto de extensão com o fim anunciado
Autores
Rogério Ribeiro Fernandes
Gabriel Teixeira Soares das Neves
Hebron Fraiz Brangioni
Patrick de Oliveira Guimarães
Germano Barcelos Silva
Robert Rodrigo Pareto Cardoso
Resumo
O projeto Cineclube Histórias & Memórias foi apresentado oralmente, no dia 25 de novembro de 2015, durante o III Encontro de Extensão do IFFluminense não apenas com a finalidade de relatar ações desenvolvidas naquele ano em curso, mas também para fazer uma espécie de mea culpa e anunciar o seu próprio fim. Depois de três anos de efetivo funcionamento e de duas menções honrosas consecutivas no referido encontro de extensionistas, o cineclube do campus Quissamã fechou suas portas. Era necessário que isso acontecesse para que o projeto não deixasse de ser em vida o que um dia nascera para ser: tão somente um cineclube. Como assim? Ora, o projeto respeitou sim as razões para as quais fora criado em 2013, desenvolvendo ações que foram da clássica exibição comentada de filmes até a realização de eventos transdisciplinares que tomaram o filme como ponto de referência para o entendimento crítico da realidade local, regional ou mesmo nacional. No primeiro ano, foram exibidos menos filmes do que se esperava e apenas dois eventos foram realizados: uma mesa-redonda e um trabalho de registro de depoimentos e imagens relacionadas às manifestações de rua que marcaram o mês de julho de 2013. Nesse mesmo ano foi produzido e lançado o documentário “O Gancho” como parte de um trabalho de salvaguarda do patrimônio material da Companhia Engenho Central de Quissamã. Já em 2014, levando em consideração algumas dificuldades encontradas no ano anterior – a falta de sintonia entre as sessões e os horários das aulas regulares, bem como uma espécie de barreira invisível que afastava a comunidade externa do campus do IFFluminense – foi adotada uma outra estratégia: promover exibições comentadas de “O Gancho” fora do campus e de Quissamã. Mesmo com essa mudança de rumo, o objetivo maior do cineclube foi mantido: desenvolver uma concepção crítica acerca do cinema e de temáticas suscitadas por filmes, de acordo com uma perspectiva de educação que visa formar seres pensantes ou cidadãos ativos. Partiu-se do entendimento de que extensão se define como um conjunto de ações em movimento e assim tomou para si o compromisso de variar suas estratégias e modos de agir. Neste último ano, em 2015, o cineclube até tentou voltar às origens, promovendo exibições comentadas de filmes com temas locais e regionais, mas voltou a encontrar salas pouco frequentadas; a caravana “O Gancho” voltou à estrada dentro do calendário do FestFIC; foi criada e ministrada disciplina semestral intitulada Cinema: Gêneros e Memórias; foi retomada parceria com IPHAN e Prefeitura Municipal de Quissamã no sentido de realizar oficina de audiovisual e produzir mais um documentário, direcionado para salvaguarda da centenária banda União Quissamaense. Para 2016, havia a expectativa de que o projeto vestisse uma nova roupagem e estivesse sob a batuta de um novo coordenador, mas nada disso ocorreu; no apagar das luzes, veio a boa notícia de que um ex-bolsista do cineclube resolveu, por iniciativa própria, montar o que ele chama de Cineclube Nerd. E assim parece que as coisas seguem seu caminho.