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Publicado no ano de 1888, Apontamentos para a História da Capitania de S. Thomé foi a última obra de maior repercussão difundida pelo campista Francisco Augusto de Paula Carvalho, mais conhecido como Augusto de Carvalho, e o texto em que se dedicou a tratar da gênese da região de seu nascimento, a partir da colonização portuguesa. O ilustre entusiasta da história brasileira e do Norte Fluminense teve cuidado especial com as fontes e a objetividade, dividindo sua obra em uma parte preliminar, na qual discorreu sobre a traição de Calabar e a origem do nome do Brasil, seguida do tratamento cronológico da capitania de São Thomé pelos seus donatários Pero de Góes da Silveira (1536-1620), Gil de Góes da Silveira (1620-1630), Domínio da Corôa (1630-1674) e Domínio dos Viscondes d’Asseca (1674-1753), e ainda do que chamou de Restabelecimento da verdade histórica: erros que correm impressos sobre a Capitania de S. Thomé. Seguidamente, Augusto de Carvalho passa a se concentrar na parte que chamou de “Estudo do Assumpto”, dividido em: “As Capitanias”, “Os Foraes”, “Instrumentos de trabalho: o colono, o pelle vermelha, o negro”, em que contemplou as estruturas legais e sociais da administração colonial. Na parte “Inéditos” o autor apresenta o afamado “Roteiro dos Sete Capitães”, documento controverso que suscitou muitas análises e publicações e que, até hoje, possui lugar no campo da história e da memória da região; apresenta, ainda, a “Descrição geográfica, política e cronográfica dos Campos”, de Couto Reis, outro documento relevante para compreender a história norte fluminense, tendo como referência a povoação, geografia e natureza, em documento datado do fim do século XVIII. Sua obra contribui sobremaneira ao entendimento da história norte fluminense e de como se constituíram os primeiros tempos da colonização da Capitania de São Tomé, um valoroso acréscimo à historiografia regional.