A estética decolonial no ativismo de coletivos teresinenses

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19180/1809-2667.v25n12023.17309

Palavras-chave:

ação coletiva, coletivos, decolonialidade, transgressões estéticas

Resumo

Neste trabalho analisamos como a expressão estética de coletivos e coletivas da cidade de Teresina (Piauí) relaciona-se com o argumento decolonial, sobretudo a partir da produção dos/as intelectuais da Rede Modernidade-Colonialidade. Uma pesquisa de campo qualitativa foi realizada com formações coletivas teresinenses, a partir da apreensão de entrevistas com seus integrantes, em sessões de grupos focais; e da seleção de postagens em suas mídias sociais Facebook e Instagram. Os dados foram interpretados pelo método de Análise do Discurso Crítica, na vertente dialético-relacional faircloughiana. Os resultados evidenciaram que esses grupos representam uma importante face do ativismo contemporâneo, ao evocarem sensações e processos de percepção que dialogam com a diversidade. Nesse sentido, concluímos que o uso de vestimentas, artefatos e corporeidades/performances oferecem visibilidade a grupos socialmente excluídos pela lógica colonial-moderna, despertando sensações e percepções outras sobre a padronização e universalização de modos de ser e viver.

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Biografia do Autor

  • Kary Emanuelle Reis Coimbra, Universidade Federal do Piauí, Teresina/PI
    Doutora em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Docente no Curso de Graduação em Administração da Universidade Federal do Piauí (UFPI) RJ – Teresina/PI – Brasil. E-mail: karycoimbra@ufpi.edu.br.

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Publicado

19-04-2023

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

A estética decolonial no ativismo de coletivos teresinenses. Revista Vértices, [S. l.], v. 25, n. 1, p. e25117309, 2023. DOI: 10.19180/1809-2667.v25n12023.17309. Disponível em: https://editoraessentia.iff.edu.br/index.php/vertices/article/view/17309.. Acesso em: 28 abr. 2024.