Estética e epistemologia na educação tecnológica: elementos em Freire e Marcuse
DOI:
https://doi.org/10.5935/1809-2667.20120062Palavras-chave:
Estética, Educação Tecnocientífica, CTSResumo
A Estética, de forma concisa, é uma área da filosofia que estuda a Arte e a Beleza (e seus contraditórios inerentes). Suas inter-relações com a Educação e em especial com a Educação Tecnocientífica têm sido exploradas por alguns autores, mas o enfoque raramente contempla as dimensões ideológicas e epistemológicas mais sutis dessa articulação. Essas nuances têm sido negligenciadas sobretudo na formação de engenheiros, arquitetos e designers. É também notável a disjunção arbitrária entre a Estética ('sensações'), a Ética ('valores') e a Lógica ('verdades') que caracteriza muito de nossa cultura e dos nossos currículos, mormente os de cunho epistemológico pouco crítico. A perspectiva apontada como conclusão é a de que o enfoque CTS (Ciência Tecnologia e Sociedade) crítico na Educação Tecnológica, sempre que considerar o estético, convidará a uma abordagem educacional libertadora, na acepção que Paulo Freire dá ao termo, e que tem interfaces com a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, especialmente a filosofia de Herbert Marcuse. Sugere-se a necessidade de repensar as implicações práticas dessas coincidências e intersecções. O enfoque CTS crítico deve arguir, então, a partir de elementos da filosofia da tecnologia, dentre eles a Estética, quais as consequências da 'unidimensionalidade' para um projeto de homem e sociedade.Downloads
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