Uma análise comparativa entre Foucault e Elias: a questão da emergência da prisão e a permanência do fervor punitivo passional
DOI:
https://doi.org/10.19180/1809-2667.v19n22017p177-192Palavras-chave:
Norbert Elias, Michel Foucault, Prisão, Processo civilizador, PuniçãoResumo
A hegemonia da prisão como medida punitiva universal em contraposição à anterior publicização da pena é um fato histórico que marcou a passagem para a modernidade. A partir desse quadro paradoxal que permaneceu na sociedade moderna após o surgimento da prisão, busca-se, neste artigo, expor explicações, de fundo sociológico, acerca da passagem de uma forma pública de punição para uma encapsulada e distante da sociedade, a partir de dois autores que parecem se contrapor, tanto teoricamente, quanto metodologicamente: o sociólogo alemão Norbert Elias e o filósofo francês Michel Foucault. Ambos chegam por vias distintas a explicações sobre esse quadro paradoxal, embora ainda guardem alguns pontos de contato. Por fim, sinalizamos como esse diagnóstico já estava, de alguma forma, anos antes, presente nos escritos durkheiminianos. Essa pluralidade de explicações, advindas de tradições teóricas distintas, acerca de um mesmo fenômeno, traz a evidência de que a permanência da prisão e seu desajuste com a sociedade contemporânea é um fenômeno social objetivo, independentemente de tal ou qual abordagem sociológica.Downloads
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