Experimentar as mudanças ambientais com atores múltiplos e ativar um olhar crítico
DOI:
https://doi.org/10.19180/1809-2667.v23n12021p284-298Palavras-chave:
Experiências, Mudanças ambientais, Populações locaisResumo
Nossa reflexão sobre mudanças ambientais analisa a ação de coletivos de arte em espaços alternativos em que sujeitos são atingidos por inundações derivadas de rios com barragens hidráulicas e por contaminação de ecossistemas terrestres e aquáticos por rejeitos oriundos de rompimento de barragem de minério. Mais além de afetar as atividades socioeconômicas (a pesca em particular), impactam a vida dos sujeitos como um todo. Situações de risco em relação à saúde, às enchentes, a desastres serão tratadas com uma abordagem transversal de experiências que cruzam antropologia, arte e desenvolvimento dos territórios. Vamos contemplar, por isso, duas intervenções: uma brasileira e outra europeia, que implicam artistas, antropólogos e urbanistas. Nosso questionamento deveria permitir uma nova grade de leitura dos desafios pelo desenvolvimento harmonioso dos territórios que irá trabalhar junto com os sujeitos (moradores/pescadores da Vila de Regência/ES, afetados pela intoxicação do rio Doce, no exemplo brasileiro, e os moradores de uma cidade média francesa, na beira do rio Loire, submetidos ao risco de enchente e participando de um plano de prevenção de risco). Nos dois casos, a participação de um coletivo de artistas permite um debate original e rico com as populações locais.Downloads
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