Por uma internacionalização crítica da educação: uma análise da política de internacionalização do Instituto Federal do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.19180/1809-2667.v27n12025.23512Palavras-chave:
decolonialidade, Instituto Federal, internacionalizaçãoResumo
Os modelos tradicionais de internacionalização da educação foram historicamente moldados por instituições de países do Norte Global, reproduzindo, sob a chancela da ciência moderna, desigualdades epistemológicas e culturais no meio acadêmico. Resistindo a esses padrões, este artigo objetiva analisar as concepções de internacionalização que embasam a política de internacionalização do Instituto Federal do Paraná (IFPR), à luz de uma perspectiva decolonial e crítica da internacionalização da educação. Frente a isso, a pesquisa propõe uma reorientação desses processos com base no pensamento de fronteira e na valorização das epistemologias do Sul, destacando a necessidade de se reconhecer saberes marginalizados e práticas horizontais de cooperação locais e globais. As análises revelam uma tentativa concreta do IFPR de problematizar padrões eurocêntricos ao adotar o princípio da reciprocidade, ao promover parcerias Sul-Sul e ao desenvolver uma cultura de internacionalização compreensiva e em casa, entre outros aspectos adotados para uma internacionalização mais crítica da educação.Downloads
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