A crise ambiental da atualidade: o caso do Noroeste Fluminense
DOI:
https://doi.org/10.19180/1809-2667.v27n22025.23481Palavras-chave:
ecologia, história ambiental, Noroeste Fluminense, história regional, desenvolvimentoResumo
A partir do século XIX, a história dos grandes acontecimentos, das dinastias, dos reis, das batalhas foi invadida pelas classes trabalhadoras, pelas mulheres, pelos pobres, pelos escravizados, pelas ex-colônias europeias na América, na África e na Ásia. Novos objetos foram constituídos pelos historiadores. O marxismo e a Escola dos Annales revolucionaram a história. A descolonização política do mundo constituiu novos Estados nacionais e novas histórias passaram a ser escritas a partir de novas perspectivas. Por baixo e por fora das questões restritas a seres humanos, uma nova questão começou a emergir lenta e progressivamente em todo o mundo. O modelo desenvolvimentista nascido com a revolução industrial inglesa foi tomado como padrão pelos países que pretendiam alcançar o patamar do “progresso”. Para tanto, era preciso industrializar-se, consumir recursos e gerar resíduos. Os limites do planeta começaram a ser atingidos. Emergiu a questão ambiental, que passou a ser um novo ramo da história. Trata-se de um campo ainda pouco explorado pela Academia, mas que ganha terreno. Este artigo pretende sintetizar a situação ambiental do Noroeste Fluminense pela perspectiva da história ambiental, estimulando pesquisas futuras.Downloads
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